Histórico Cine Marrocos dá nome ao documentário de Ricardo Calil
Filme em cartaz nos cinemas mistura ficção e realidade e resultado da produção traz sensações agridoces
O Cine Marrocos, histórico cinema de São Paulo que dá título ao documentário de Ricardo Calil, é o palco da narrativa por dois aspectos. O primeiro se deve ao fato de o local ter servido como moradia para cerca de 2 000 pessoas que não tinham onde ficar até 2016; e o segundo, por se transformar em set de refilmagens de clássicos da sétima arte, incluindo o desfecho de Crepúsculo dos Deuses.
Com um mix de ficção e realidade, cenas em preto e branco e ensaios com os moradores interessados em atuar, Cine Marrocos possui uma natureza urgente diante da ameaça de o local ser interditado da noite para o dia. Calil contou com a ajuda dos moradores para reabrir o cinema e, assim, relembrar parte da história da cidade com filmes ali exibidos em um festival de 1954. Dessa forma, o resultado traz sensações agridoces.
Simultaneamente a fortes depoimentos de refugiados, a magia das telas é introduzida a todos e isso acaba por ser uma fuga temporária da realidade. O diretor e sua equipe transmitem o poder da arte em meio ao pedido de reintegração do prédio, feito pela prefeitura. Em cartaz nos cinemas.
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Publicado em VEJA São Paulo de 09 de junho de 2021, edição nº 2741