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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Sem o impacto visto em 1999, Matrix Resurrections se apoia nas próprias referências

Dirigido por Lana Wachowski, quarto capítulo da franquia está em cartaz nos cinemas

Por Barbara Demerov
Atualizado em 22 dez 2021, 17h04 - Publicado em 22 dez 2021, 16h55
Pôster de Matrix Resurrections
Com Keanu Reeves de volta, Matrix Resurrections se apoia nas próprias referências (Warner Bros/Divulgação)
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✪✪✪ Se você for a uma sessão de Matrix Resurrections já esperando pela mesmas coisas que viu quando Matrix foi lançado em 1999, poderá se decepcionar. Mas isso não é, nem de longe, um demérito. O quarto capítulo da franquia criada pelas irmãs Wachowski, já em cartaz nos cinemas, evoca parte do espírito singular que mudou o rumo da ficção-científica no fim do século XX, mas aproveita tal singularidade para falar sobre (e até mesmo alfinetar) seu próprio universo de forma descontraída.

Se de um lado o adjetivo acima traz certa estranheza de início, do outro temos novamente a ação, a criação de novas realidades e as consequências das ações de Thomas Anderson/Neo (o icônico personagem de Keanu Reeves). De algum modo, essas duas linhas paralelas se unem em alguns momentos, mas na maior parte da projeção o significado de Matrix (na ficção e em nossa realidade) é cutucado pelo roteiro. Piadas sobre criatividade, sequências de histórias e exploração de ideias geniais – que podem ser arruinadas – são feitas durante boa parte do primeiro ato de Matrix Resurrections.

Elementos clássicos da franquia, como os embates e perseguições, são retomados em larga escala por Lana Wachowski (desta vez, dirigindo o filme sem a presença da irmã, Lilly), mas com um “pé no freio” no sentido de evitar um mergulho profundo nas complexidades de sua criação. De forma até um tanto didática, o espectador é reintroduzido ao mundo das máquinas e realidades simuladas na companhia de diversas cenas dos filmes anteriores. Elas servem como um guia sempre que um personagem conhecido aparece ou uma situação parece se repetir.

Tudo isso monta uma produção que não só fala de si mesma como também encara algumas questões mais delicadas e organiza outras – o que é instigante e bem-vindo. Tendo em vista o sucesso do primeiro Matrix, fica claro que Lana Wachowski e seu time de roteiristas nunca buscaram por uma renovação deste universo. O senso de liberdade ainda é o destaque, mas Matrix Resurrections se apoia em clichês românticos ao falar sobre a conexão entre pessoas (no caso, Neo e Trinity, interpretada pela ótima Carrie-Anne Moss). Por isso, surpreende por não ser tão genial quanto o início da jornada – e mais ainda por nunca ter tido essa proposta desde o princípio.

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