‘Órfã 2: A Origem’: Com decisões forçadas, filme de terror não instiga
Apesar de a atuação de Isabelle Fuhrman ser destaque, o diretor William Brent Bell prioriza a violência ao invés da lógica
✪✪ O terror A Órfã, lançado em 2009, apavorou o público ao apresentar uma mulher de 30 anos que se parece com uma criança devido a um distúrbio hormonal raro que atrapalhou seu crescimento físico.
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Na trama, a violenta Esther/Leena (interpretada por Isabelle Fuhrman) possui nanismo proporcional e passou a maior parte de sua vida fingindo ser uma garotinha. Ela torna a vida de sua nova família, que a adotou com carinho, em um verdadeiro inferno. Agora, o passado da personagem é contado nos cinemas, em Órfã 2: a Origem, já em cartaz.
Isabelle, que tem 25 anos na vida real, retorna ao papel que a tornou mundialmente conhecida. No entanto, o filme, dirigido por William Brent Bell (Boneco do Mal), não instiga como seu antecessor. Pelo contrário: a impressão é de que o realizador se preocupa mais com o sangue e a violência em vez de tornar a experiência crível (dentro dos limites do horror, é claro).
O longa se inicia na Europa, quando Leena orquestra a fuga de uma instituição psiquiátrica na qual é a paciente mais observada. Pela internet, ela rouba a identidade de Esther, menina desaparecida quatro anos antes e filha de um rico e influente casal dos Estados Unidos.
Aos poucos, Katie (Julia Stiles) e Richard (Rossif Sutherland), os pais, começam a suspeitar do comportamento da suposta filha, que se torna cada vez mais imprevisível. Katie, que acaba por ser uma personagem tão misteriosa quanto Esther/Leena, sente que precisa ficar de olho na garota.
Há uma surpresa ao longo da narrativa que pode ser vista como o ponto alto, mas tudo decai a passos rápidos quando essa virada acontece. Apesar de a atuação de Isabelle ser destaque, todos os acontecimentos são resumidos a soluções forçadas — e isso é que sobressai ao fim da sessão.
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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de setembro de 2022, edição nº 2807