Cinebiografia de Whitney Houston não foge do convencional
Em 'I Wanna Dance With Somebody', Naomi Ackie encarna a artista que faleceu em 2012 e solta a voz
✪✪✪ Após Anthony McCarten escrever o roteiro da cinebiografia do Queen, em Bohemian Rhapsody (2018), agora chegou a hora de ver mais um ícone musical ganhar as telas com o seu olhar. Ao lado da diretora Kasi Lemmons, McCarten, em I Wanna Dance With Somebody: a História de Whitney Houston, tem o papel de contar a trajetória da artista, que faleceu em 2012.
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Em cartaz nos cinemas, Naomi Ackie personifica a imagem de Whitney de um jeito emocionante. A atriz realmente solta a voz e interpreta a protagonista desde quando cantava no coral de Nova Jersey até chegar ao topo como uma das mais recordistas e premiadas artistas do mundo. Mas, apesar de ter um ótimo agente, a trajetória de Whitney foi um tanto solitária.
O longa apresenta os desafios que enfrentou: desde os desentendimentos com o pai, que estava mais interessado no dinheiro, até chegar ao relacionamento amoroso com Robyn Crawford (que foi silenciado para que a cantora não sofresse preconceito) e ao tumultuado casamento com o também cantor Bobby Brown. Mas, ainda que a performance de Naomi seja arrebatadora — especialmente nas apresentações que foram recriadas para o filme —, Kasi Lemmons não ousa tanto para uma aguardada cinebiografia como essa.
A estrutura de I Wanna Dance With Somebody é convencional e, por muitas vezes, aborda os conflitos mais graves com certa rapidez. Ao fim da sessão, fica a sensação de que poderíamos ter conhecido mais a Whitney de fora dos palcos. A própria morte da cantora é apenas citada nos créditos.
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de janeiro de 2023, edição nº 2825
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