Brunello di Montalcino: o imperador da Toscana
Conheça a história e características do vinho italiano preparado com a uva sangiovese grosso
Na primeira metade de século XIX, Clemente Santi decidiu produzir um vinho de guarda, na zona de colinas, ao redor da cidade medieval de Montalcino, cerca de 40 quilômetros ao sul de Siena, na região da Toscana, na Itália. Esse vinho seria bem distinto do chianti, o mais importante da região. Ele pesquisou e desenvolveu diferentes clones de uvas, baseando-se na principal cepa italiana, a sangiovese.
O resultado foi a sangiovese grosso ou brunello (“moreninho”, em português), cujo clone levou o nome científico de BBS (Brunello Biondi Santi), em homenagem a seu criador. Essa cepa é diferente de uma sangiovese normal, desde o formato das folhas e dos cachos até a disposição dos bagos e a casca mais grossa, contendo mais tanino e cor.
Em fins daquele século, quando a praga Phyloxera dizimou os vinhedos europeus, o clone usado por vários produtores para o replantio enxertado foi a BBS, que se disseminou na região. Ao longo do tempo os clones continuaram sendo aperfeiçoados assim como método de produção do vinho, com macerações mais longas, períodos maiores de amadurecimento em tonéis usados e em garrafa.
Regulamentada como DOC em 1966, a marca é finalmente elevada à categoria de DOCG (denominação de origem controlada e garantida) Brunello di Montalcino em 1980, ao mesmo tempo que ganhava fama internacional.
O diferencial do Brunello não está apenas na sangiovese grosso, já que esse clone é utilizado em outros locais da Itália e no exterior, mas também no clima e solo da área. Situada ao sul da região do Chianti, Montalcino é um local bem mais quente e seco, pois é protegido pelo Monte Amiata ao sul, que impede a ocorrência de neve no inverno e tempestades de verão, deixando seus 700 milímetros de chuva concentrados na primavera e no outono.
Suas belas colinas banhadas pelo sol (de 120 a 650 metros de altitude) possuem solos muito variados, mas em geral pobres e de baixa fertilidade, compostos de argila, areia e pedras. Como a área é relativamente grande (24 000 hectares, sendo 3 600 de vinhedos e, destes, 2 100 produzindo Brunello), o terroir pode variar.
Em geral do norte e dos arredores da cidade de Montalcino saem os vinhos mais elegantes, complexos, que precisam de mais tempo para ficar prontos, de guarda. Do sul costumam vir os vinhos mais escuros, concentrados, potentes e prontos mais cedo.
Todo Brunello precisa ser composto 100% de uvas sangiovese grosso cultivadas na região demarcada e amadurecer pelo menos dois anos em madeira. Os Brunellos só podem sair ao mercado cinco anos depois da colheita. Para os que ostentam a qualificação “Riserva”, esse período mínimo aumenta para seis anos.
Tenuta Buon Tempo Brunello di Montalcino DOCG 2013
Amadurece três anos em barris de carvalho eslavo e depois em barricas de carvalho francês. De cor granada-escura, com aromas já com alguma evolução, notas de flores secas, tabaco, couro, frutas maduras. Paladar com bons taninos, macios, prontos, 14% de álcool, acidez correta. Custa R$ 459,90. Compre aqui: evino.com.br.
Tenuta Il Poggione Brunello di Montalcino DOCG 2015
Trinta meses em barricas de carvalho francês. De coloração granada entre clara e escura. Aroma complexo, elegante e intenso, com frutas maduras, couro, tabaco, anis, balsâmicos, defumados, alcaçuz. Paladar encorpado e elegante, taninos estruturados e finos, ótima acidez com 14,5% de álcool. Um grande Brunello, com estrutura e finesse, para guarda. Custa R$ 599,90. Compre aqui: evino.com.br.
Villa Puccini Brunello di Montalcino DOCG 2013
Com 24 meses em barricas de carvalho. Já com evolução na cor, granada com reflexos alaranjados. Aroma de ameixas, frutas secas, especiarias, cravo, tabaco, madeiras, cedro. Paladar de médio-bom corpo, 14,5% de álcool, com taninos e acidez médios, já pronto. Custa R$ 349,90. Compre aqui: evino.com.br.
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