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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Vinhos e arquitetura: relação de longa data ganha ainda mais espaço

União dessas duas áreas impulsiona o enoturismo e proporciona experiências únicas

Por Marcelo Copello
17 Maio 2024, 11h00
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A Quinta da Pacheca: com o Wine house hotel (Quinta da Pacheca/Divulgação)
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A relação entre vinho e arquitetura é antiga e mais ampla do que talvez se imagine. Em primeiro lugar, em uma vinícola há o que chamamos de área industrial, onde o vinho é produzido. De um lado entram as uvas e do outro, saem as garrafas prontas.

A arquitetura precisa projetar e prever todos os equipamentos e processos que se desejam, que variam de vinícola para vinícola, respeitando protocolos desde enologia e engenharia, até exigências oficiais como do Ministério da Agricultura e Pecuária e da vigilância sanitária.

Esta relação vai além. O bom vinho é uma expressão de sua origem. Desde os vinhedos até a vinícola, o lugar de onde ele vem é uma chancela de qualidade e reflete a cultura e identidade regional que representa. A arquitetura é a expressão mais clara dessa relação.

Outro aspecto cada vez mais importante é o enoturismo. Vinícolas hoje são espaços não apenas de produção, mas para receber pessoas. Para tal, precisam de espaços cenográficos, que sejam marcantes. Muitas, hoje em dia, têm restaurante, loja, hotel, visitas guiadas a área industrial, degustações e cursos. A arquitetura cria atratividade e identidade, além de impulsionar o enoturismo. Vira uma forte ferramenta de fidelização do visitante.

Em muitos casos, a arquitetura das vinícolas históricas é do patrimônio cultural de uma região vinícola. Esses edifícios podem ser restaurados e adaptados para usos contemporâneos, mantendo autenticidade e caráter.

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António Maçanita: vinícola portuguesa (António Maçanita/Divulgação)

Nas vinícolas mais modernas, uma tendência é a busca da integração harmoniosa com a paisagem natural, respeitando o ambiente e tirando partido das vistas panorâmicas. Isso pode incluir o uso de materiais locais, técnicas de construção sustentável e projetos que se fundem com a topografia.

Há um nicho crescente na arquitetura para atender a indústria do vinho. Arquitetos são cada vez mais demandados não só para vinícolas, mas também para adegas de restaurantes, bares, hotéis, de colecionadores e lojas, que se multiplicam pelo país. Já existem profissionais especializados, como a arquiteta gaúcha Vanja Hertcert, maior referência do setor.

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Em resumo, a arquitetura desempenha um papel significativo no mundo do vinho, contribuindo para estética, funcionalidade, sustentabilidade e experiência global associada à produção e ao consumo de vinho.

Um exemplo é a Quinta da Pacheca (veja os rótulos sugeridos), que possui um luxuoso hotel, o Wine House Hotel (disponível no Booking), em Lamego, no Douro, onde entre outras atrações pode-se ficar hospedado dentro de grandes tonéis.

Outra vinícola portuguesa, a de António Maçanita está instalada em um belíssimo prédio do século XIV, o Paço do Morgado de Oliveira, no qual se faz vinho há 770 anos.

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Rótulos: da Quinta da Pacheca (Divulgação/Divulgação)

Pacheca Raízes Branco Douro Doc 2022 Da Quinta da Pacheca, do Douro, elaborado com códega e moscatel galego, sem madeira. Amarelo palha bastante claro. Aroma fresco, elegante, com frutas brancas ou cítricas, como melão, pera e lima. Paladar leve e macio, com apenas 12,5% de álcool e acidez refrescante. R$ 119,90, na Evino.

Pacheca Raízes Tinto Douro Doc 2021 Outra opção da Quinta da Pacheca, elaborado com tinta roriz, tinta barroca e touriga franca, sem passagem por madeira. Rubi quase escuro. Aroma frutado, com notas de frutas vermelhas frescas, ervas e especiarias. Paladar de médio corpo, 13,5% de álcool, com taninos prontos, gastronômico. R$ 109,90, na Evino.

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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de maio de 2024, edição nº 2893

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