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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Vinhos brancos para beber nos dias frios

Confira dicas sobre o que apreciar também no inverno

Por Marcelo Copello
5 jul 2024, 07h00
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Brancos: para os dias frios (Divulgação/Divulgação)
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Quando se pensam em vinhos para o inverno, é comum que os tintos encorpados dominem as escolhas. Os brancos com passagem por barricas, entretanto, oferecem uma alternativa igualmente sedutora para acompanhar os dias mais frios.

Muitas vezes negligenciados durante essa temporada, eles podem surpreender com complexidade, riqueza e capacidade de combinar perfeitamente com uma variedade de pratos mais estruturados.

O estágio em madeira confere aos brancos uma série de características que os tornam especialmente atraentes durante essa época. A textura cremosa resultante do processo de amadurecimento adiciona uma camada de indulgência, perfeitamente complementar às refeições mais substanciais. Além disso, os aromas e sabores de baunilha, tosta e especiarias que se desenvolvem adicionam estrutura à bebida.

Em teoria, qualquer uva branca pode se adaptar a esse processo, mas algumas são notoriamente amigas da madeira. O maior exemplo é a chardonnay. Outras seriam sémillon, viognier, alvarinho/albariño, marsanne, rabigato, antão vaz, chenin blanc, viura/macabeo e trebbiano, entre outras.

Vale também lembrar que alguns dos pratos mais típicos de inverno ficam melhor acompanhados de vinhos brancos, como a fondue, o “queijos e vinhos”, cozido de frutos do mar, eisbein (joelho de porco), várias das receitas de bacalhau, de sopas quentes, o cassoulet de feijão-branco, o fettuccine alfredo, vários tipos de curry indiano, muitas receitas de porco, gratinados em geral, feijoada de frutos do mar, coq au vin blanc e aves guisadas.

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Os risotos ou outros pratos que levem manteiga, seja no preparo ou no molho, formam também um casamento perfeito, já que o processo de amadurecimento aporta justamente notas amanteigadas, tornando a essa gordura do leite o que chamamos de “ingrediente ponte” para uma perfeita harmonização.

Além disso, como a doçura nos pratos pode brigar com os taninos dos tintos, muitas receitas de alto sabor, mas com traço doce, também ficam bem com brancos mais robustos, caso das costeletas de porco com maçã, do peru com frutas em calda e pato com laranja.

Calyptra Gran Reserva Sauvignon Blanc 2019 A Calyptra fica no vale de Cachapoal no Chile. Este sauvignon blanc passa dezoito meses em barricas de carvalho francês sobre as borras finas. Palha claro. Aroma rico, junção de ervas, fruta madura, cítricos, florais, madeira, maracujá, baunilha. Paladar de bom corpo, com boa acidez, 14% de álcool e textura macia. R$ 211,65, na Wine.

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Planeta Chardonnay Menfi DOC 2021 Da vinícola Planeta, da Sicília, na Itália. 100% chardonnay, com doze meses em barricas francesas (40% novas). Amarelo dourado. Aroma intenso e rico, com madeira e fruta madura bem casadas, crème brûlée, baunilha, notas que lembram uísque. Paladar encorpado, gordo, macio, com 13,5% de álcool e uma ótima acidez para contrabalancear. Imponente. R$ 639,90, na Grand Cru.

Redoma Branco 2020 Da Niepoort, no Douro, em Portugal. Elaborado com rabigato, códega, viosinho, donzelinho e dorinto, tem passagem de dez meses em carvalho francês. Palha claro. Aroma puro, elegante, com madeira discreta, notas minerais de pedra e de limão, maracujá, pera, baunilha. Paladar equilibrado, textura macia e boa acidez, com apenas 11,8% de álcool. R$ 359,90, na Grand Cru.

Casa Burmester Reserva Douro Branco 2022 Da Casa Burmester, tradicional produtor do Douro. Elaborado com gouveio, rabigato e viosinho. Seis meses em barricas de carvalho francês sobre as borras, com 13% de álcool. Cor amarelo palha. Aroma de boa intensidade e com complexidade, com notas de abacaxi e amanteigados. Paladar leve, mas firme pela boa acidez. Bom para o bacalhau com natas. R$ 258,71, na Wine.

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Château D’Anglès Grand Vin 2019 Propriedade sustentável na AOC La Clape, na região Languedoc-Roussillon, no sul da França. Elaborado com uvas brancas da área: bourboulenc, grenache e roussane. Amadurece seis meses em barricas. Amarelo palha-dourado. Aroma de baunilha, frutas maduras, pêssego, mel. Paladar encorpado e macio. R$ 239,90, na Evino.

Publicado em VEJA São Paulo de 05 de julho de 2024, edição nº 2900

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