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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Entenda por que a geração Z está transformando o mercado de vinhos

Jovens priorizam bebidas vindas de cultivos sustentáveis e com baixo teor alcoólico

Por Marcelo Copello
11 out 2024, 06h00
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Rótulos: para a geração Z (Divulgação/Divulgação)
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A geração Z, composta por jovens nascidos entre a segunda metade da década de 1990 e o início da década de 2000, está transformando o mercado de vinhos. Essa mudança tem como foco sustentabilidade e responsabilidade social.

Diferentemente das gerações anteriores, esses jovens priorizam vinhos que, além de uma boa experiência gustativa, são politicamente corretos, como os sustentáveis, os orgânicos, os naturais, os biodinâmicos, os de baixa intervenção e, mais recentemente, os de baixo teor alcoólico ou sem álcool.

A sustentabilidade é fundamental para essa geração, que cresceu em um contexto de preocupação ambiental cada vez maior. No mundo dos vinhos, isso se reflete em uma preferência por rótulos que adotam práticas agrícolas que minimizam o impacto ambiental.

Produtoras que evitam pesticidas e fertilizantes químicos, utilizando métodos orgânicos ou biodinâmicos, ressoam fortemente entre esses consumidores. Além disso, vinícolas que reduzem a pegada de carbono por meio de embalagens recicláveis ou energias renováveis têm grande apelo.

A pureza na produção é outro valor importante para o público Z, refletida em orgânicos e naturais. Para esses jovens, consumir produtos menos industrializados é uma extensão de seu desejo de preservar o planeta e a saúde. Os orgânicos são vistos como mais puros e saudáveis, além de expressarem melhor o terroir. Vinhos com mínima intervenção, utilizando leveduras indígenas e evitando sulfitos, denotam uma busca de autenticidade.

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Os biodinâmicos também atraem esse grupo, que valoriza a conexão com a natureza e práticas agrícolas em harmonia com o ambiente. A influência dos ciclos lunares e planetários no cultivo das uvas, característica da biodinâmica, é vista como um retorno a práticas mais simples e verdadeiras. É uma forma de rebelião contra a padronização do sabor.

Mais recentemente, vinhos de baixo teor alcoólico ou sem álcool têm ganhado popularidade com essa geração mais consciente dos impactos do álcool na saúde. A busca por equilíbrio e moderação impulsiona o interesse por esses rótulos.

Este nicho de mercado ainda é pequeno no mundo e mais ainda em países emergentes no vinho, como o Brasil. Mesmo com uma base pequena, cresce consistentemente ano a ano e representa o futuro.

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Casa Selvaggio Malbec Vino Orgânico 2023 Da empresa vinecol, com uvas 100% malbec de cultivo orgânico, (também vinho vegano e empresa sustentável) de Mendoza, na Argentina, sem passagem por madeira. Rubi entre claro e escuro. Aroma fresco e frutado, com notas de frutas vermelhas, alguns herbáceos e florais. Paladar de médio corpo, 14% de álcool, macio, fácil de beber. R$ 129,90, na Evino.

Santa Irene MalbeC Vino Orgánico 2022 Também da vinecol, com uvas 100% malbec de cultivo orgânico, (também vinho vegano e empresa sustentável) de Mendoza, na Argentina, sem passagem por madeira. Rubi entre claro e escuro. Aroma de frutas mais negras, com notas de violetas e notas balsâmicas. Paladar de leve a médio, com 13,7%, taninos e acidez moderados, pronto para beber. R$ 99,90, na Evino.

Petit Inédito Limited Edition 2019 Da vinícola Calyptra, vale de Cachapoal-Chile, com merlot (48%), cabernet sauvignon (42%) syrah (10%), passa dezoito meses em 50% barricas de carvalho francês e 50% em tanques de aço inox. Rubi escuro. Aroma frutado, com especiarias e nota mentolada. Paladar de médio com corpo, taninos doces, acidez equilibrada, 14.8% de álcool. Bom conjunto, consistente. R$ 152,82, na Wine.

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Dogajolo I.G.T. Toscano Rosso 2021 Da vinícola sustentável Carpineto, na região italiana da Toscana. Elaborado com sangiovese (70%) e 30% de cabernet sauvignon e outras uvas, com seis meses em barricas de carvalho usadas. Rubi mais para claro. Aroma de frutas vermelhas, como cereja e morango, além de alcaçuz, cravo. Paladar leve e macio, 13% de álcool, gastronômico e pronto para beber. R$ 94,00, na Wine.

Publicado em VEJA São Paulo de 11 de outubro de 2024, edição nº 2914.

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