Avatar do usuário logado
OLÁ,
Imagem Blog

Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um guia com críticas, notícias, entrevistas e eventos sobre cinema e streaming (mattheus.goto@abril.com.br)

‘Grand Tour’ acompanha um amor covarde com olhar estrangeiro para a Ásia

Longa do português Miguel Gomes, premiado em Cannes, tem imagens de viagem do diretor ao continente, com narração contemplativa

Por Mattheus Goto
19 abr 2025, 06h00
grand-tour
Viagem pela Ásia em 'Grand Tour' (MUBI/Divulgação)
Continua após publicidade

O cineasta português Miguel Gomes viajou a seis países na Ásia na intenção de voltar para casa com um filme. O resultado é Grand Tour, disponível na Mubi, que estreou em Cannes no ano passado e ganhou o prêmio de melhor diretor. O longa acompanha a história de amor (ou quase) entre uma mulher apaixonada e um homem fugitivo.

Na Birmânia (hoje Mianmar) de 1917, Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do Império Britânico, recebe um telegrama da noiva, Molly (Crista Alfaiate), que não via há sete anos. Ela anuncia que chegará ao país e será, finalmente, a hora de oficializar a união dos dois.

Em uma atitude covarde e impulsiva, ele pega o primeiro trem saindo para qualquer lugar, abandonando-a. Começa então uma odisseia pelo continente, passando por países como Vietnã e Japão. Molly segue cada passo do noivo e se diverte com as trapalhadas e apuros pelos quais ele passa.

Edward (Gonçalo Waddington) em 'Grand Tour'
Edward (Gonçalo Waddington) em ‘Grand Tour’ (MUBI/Divulgação)

A narrativa ganha um tom leve e cômico, que se mistura à proposta de contemplação e reflexão sobre a memória ao longo da viagem. Há uma relação direta com o diário de viagem do diretor, que ainda teve que chefiar parte do projeto de maneira remota, devido à pandemia — os planos de ir à China foram cancelados.

Continua após a publicidade

Gomes soube superar as dificuldades e filmar bem o projeto, com uma câmera de 16 mm, para suavizar os contrastes entre uma Ásia contemporânea (as filmagens ocorreram em 2020) e o retrato de época pretendido.

Boa parte do filme não mostra os atores, há uma narração sobre as imagens documentais, que funciona como benção e maldição, pois gera um ar de mistério e deixa para a imaginação do espectador, mas limita e evidencia as limitações da produção — com um olhar estrangeiro para uma Ásia “exótica”.

Lembra o documentário Sem Sol (1983), de Chris Marker, com um caráter contemplativo e emocional.

Continua após a publicidade

NOTA: ★★★☆☆

Publicado em VEJA São Paulo de 17 de abril de 2025, edição nº 2940

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

A partir de 29,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.