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Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

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‘Maria e o Cangaço’ inspira-se em faroeste para celebrar heroína do sertão

Isis Valverde interpreta Maria Bonita em produção com fotografia autêntica, de Adrian Teijido ('Ainda Estou Aqui'); confira entrevista com o diretor

Por Mattheus Goto
25 abr 2025, 06h00
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Lampião (Júlio Andrade) e Maria Bonita (Isis Valverde): lendas do sertão (Disney+/Divulgação)
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Nova série do Disney+, Maria e o Cangaço celebra a trajetória de uma grande heroína brasileira. Em seis episódios, assistimos a Isis Valverde personificar e evidenciar o protagonismo de Maria de Déa, a grande Maria Bonita.

A produção dirigida com agilidade por Sérgio Machado e Thalita Rubio tirou inspiração de Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço (2018), livro de Adriana Negreiros, que jogou luz sobre a situação das mulheres no cangaço.

Em uma vida de constante fuga e confrontos armados, o grande impasse começa quando a personagem principal engravida e precisa obedecer a uma dura lei do movimento: entregar o bebê para ser criado por outra pessoa. Na luta por espaço e respeito, a companheira de Lampião (Júlio Andrade) fica dividida entre a vida fora da lei e o desejo de criar a filha.

A relevância histórica da produção é autoexplicativa, ao escancarar a violência sofrida pelas mulheres, mas se reforça ainda mais por ser uma das raras peças que mitologiza na ficção uma figura emblemática para o país. Isis Valverde honra toda a glória do legado da primeira cangaceira do Brasil.

O retrato belo e fidedigno também ganha vida graças à fotografia esplêndida de Adrian Teijido (que também teve a mesma função no fenômeno Ainda Estou Aqui). A seguir, ele compartilha mais detalhes sobre os bastidores da série.

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Por trás da fotografia da série

O processo de construção do retrato da cena foi pautado pela realidade na região e o contraste entre a beleza da paisagem e a situação dura vivida pelas pessoas. “O sertão fala por si. A caatinga, sua aridez, seus amanheceres e seus fins de tarde maravilhosos. A ideia foi assumir essa aridez, essa luz dura, e explorar seus lindos fins de tarde, sem romantizá-los”, explica o diretor de fotografia Adrian Teijido.

“Os personagens se fundem nesse visual, eles são duros, valentes e violentos.” Na técnica, a proposta foi traduzida com câmeras sempre em movimento, deslocando-se no espaço com lentes objetivas anamórficas, que “exploram planos gerais e favorecem as paisagens incríveis”. Houve também mise-en-scène bem compostos com coreografias bem elaboradas.

A referência para os quadros propostos para a série foram os faroestes, de diretores como John Ford, Sergio Leone e Clint Eastwood. “Sérgio Machado é aficionado pelos westerns e profundo conhecedor do gênero. Foi um grande prazer explorar esse conceito para retratar o sertão”, diz. Também houve uma homenagem a Akira Kurosawa, em especial Os Sete Samurais (1954).

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“Filmar Ainda Estou Aqui com Walter Salles, me fez amadurecer muito e entender cada vez mais a importância e a responsabilidade do meu trabalho e de retratar uma fotografia autêntica brasileira.”

NOTA: ★★★★☆

Publicado em VEJA São Paulo de 23 de abril de 2025, edição nº 2941

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