Scott Derrickson quer mais filmes como ‘Entre Montanhas’ em Hollywood
Em entrevista a Vejinha, diretor responde três perguntas sobre os bastidores do novo filme do Apple TV+, com Anya Taylor-Joy e Miles Teller

Anya Taylor-Joy e Miles Teller unem forças em Entre Montanhas, no Apple TV+. O longa de Scott Derrickson (O Telefone Preto, A Entidade, O Exorcismo de Emily Rose) é um romance à longa distância, com ação e ficção científica no meio.
Os atiradores de elite profissionais Drasa (Anya) e Levi (Teller) são contratados como guardas de torres em lados opostos de um desfiladeiro misterioso e enevoado. Nenhum deles recebe uma explicação do que acontece no local.
Com o uso de binóculos e cartazes, começam a criar uma conexão genuína e surge um interesse romântico. Porém, os segredos do local prometem desafiar a dupla.
Confira a seguir trechos da entrevista com o diretor do longa.
Trouxe influência de algum projeto anterior para o filme?
Não, nem de trabalhos meus, nem de outros cineastas. Queria criar uma história original. O mistério do filme promete tanto que, quando você entra, quer ver algo único, que nunca foi feito antes. Nunca fiz nenhum romance. É também ficção científica, ação, terror. Mistura todos esses gêneros sem fazer esforço. Nunca vi um filme assim e é o tipo de filme de grande orçamento que eu gostaria que Hollywood fizesse mais.
Por que optou por um set real em vez de apenas computação gráfica?
Filmar algo real fica com uma aparência melhor. O ambiente do desfiladeiro tinha que ser real, na minha opinião. Os cenários foram construídos a partir de fotografias reais, feitas na Noruega, e combinados com efeitos de computador. Quando você está fazendo um filme como esse, quanto mais tátil ele parece, mais eficaz ele é. Também é mais fácil de dirigir os atores e conseguir performances ainda melhores.
Como dirigiu os atores para combinar o tom à distância?
Isso faz parte do charme do roteiro. Foi escrito durante a pandemia, então você consegue sentir o isolamento e a saudade. Pensei que seria interessante para os dois estarem em espaços emocionais diferentes no início. A distância é realmente o que permite que o romance ocorra. Levi nunca chegaria tão perto de alguém. Os atores não interagiam entre si, mas eles souberam lidar muito bem.
Publicado em VEJA São Paulo de 14 de fevereiro de 2025, edição nº 2931