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Os bons tempos das fanfarras da escola

Os desfiles da Semana da Pátria deixaram saudades

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 set 2017, 16h32
 (Acervo Pessoal/)
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O feriado de 7 de Setembro costuma ser tranquilo na periferia da cidade, mas nem sempre foi assim. Quem fez o primeiro grau nos anos 70 e 80 certamente se lembra do evento mais ensaiado do ano, o desfile pelas ruas do bairro com a fanfarra da escola.

Meses antes da data, começavam os preparativos. Poucas crianças tinham qualquer iniciação musical, então a escolha dos instrumentos de cada um dependia mais da afinidade do pequeno com a peça do que propriamente talento. Os de percussão se mostravam os mais desejados, porque eram facilmente aprendidos (e porque fazer o maior barulho possível era muito legal).

Os instrumentos de sopro requeriam um pouco mais de atenção, mas tudo era uma festa, então o trabalho se tornava prazeroso. Me lembro de um menino baixinho que era o único que sabia tocar tuba, mas o instrumento era grande demais pra ele desfilar pelas ruas. A solução foi ele ter um “auxiliar” para ajudar a segurar o pesado aparato enquanto ele o tocava, acompanhando o desfile.

As meninas mais desenvoltas na educação física acabavam escolhidas para serem balizas, uma espécie de “comissão de frente”. Iam fazendo estripulias acrobáticas à frente da fanfarra, abrindo caminho para o desfile.

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(Reprodução/Veja SP)
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Os desfiles aconteciam por toda cidade, principalmente nos bairros mais distantes do centro. Era comum fanfarras de uma escola cruzarem com outra, durante a parada. Instituições mais favorecidas tinham uniformes próprios para o desfile, geralmente alguma vestimenta de gala, fazendo alusão aos desfiles militares da data.

Escolas mais simples desfilavam com o próprio uniforme escolar, às vezes apenas com um pequeno broche com uma fita verde a amarela no peito. Independentemente das condições de cada entidade, todos se divertiam.

Era ótimo desfilar pelas ruas do bairro, tomadas de pessoas posicionadas para ver as crianças passando. Não raro, parte da fanfarra perdia o ritmo por um instante, quando os pequenos paravam de tocar para acenar para o público, geralmente os pais orgulhosos de seus filhos.

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(Reprodução/Veja SP)

Hoje, essa tradição ainda perdura, mas com muito menos intensidade. Desfiles de escolas ainda existem, mas se tornaram algo bem mais profissional e sério. Ao contrário daqueles tempos, quando a fanfarra era muito mais “farra”.

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