A história do Viaduto Santa Ifigênia, que passa por revitalização
Aplicações de esmalte, troca de piso e limpeza de pichações fizeram parte da primeira fase da reforma
As grades retorcidas nas linhas da arquitetura art nouveau do Viaduto Santa ifigênia receberam duas aplicações de esmalte sintético amarelo no fim de novembro, na primeira fase de um projeto de revitalização promovido pela prefeitura, cujo investimento foi de 1,1 milhão de reais. Funcionários também limparam pichações, trocaram os pisos de borracha das escadarias e reinstalaram as fiações danificadas dos postes ao estilo São Paulo antigo.
O trabalho causou estranheza à equipe do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), que enviou uma notificação aos responsáveis no dia 28. O local passa pela última etapa do processo de tombamento pelo órgão, que deverá ser concluído em 2018 e, por isso, qualquer intervenção ali precisa ser informada.
O imbróglio (que poderia provocar uma multa leve, de 2 500 reais) foi resolvido no dia 29, depois de a diretoria do Departamento do Patrimônio Histórico, entidade municipal, comunicar todas as interferências.
Com 1 100 toneladas de estruturas metálicas belgas, 225 metros de extensão e 18,5 metros de largura, o elevado acabou sendo inaugurado em 1913 pelo então prefeito Raimundo Duprat. Foi o segundo da cidade, e sua construção ocorreu logo após a do Viaduto do Chá. “Com ele, São Paulo deixou de ser uma vila e ganhou status de cidade industrial”, diz a arquiteta Ana Marta Ditolvo, professora de técnicas de retrospectivas da Faap.
Na década de 70, o viaduto teve a passagem fechada para carros e recebeu o piso de pastilhas coloridas, hoje remendadas com concreto. O prefeito João Doria pretende revitalizar a calçada e a estrutura, mas ainda não fixou data para a conclusão das obras.