Rock in Rio terá palco em homenagem ao som do Pará
Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Jaloo, Lucas Estrela e Dona Onete tocam no festival no dia 3 de outubro
No Rock in Rio, o palco Sunset é conhecido por apresentar parcerias musicais e shows mais descontraídos. Nesta edição não será diferente e no dia 3 de outubro, o espaço abrigará o encontro Pará Pop, com carimbó, guitarradas, lambadas, cumbia e o tecnobrega.
Para tal missão foram convocados os nomes de destaque da cena: Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Jaloo, Lucas Estrela e Dona Onete. “Fizemos uma experiência com os pernambucanos na edição passada e a ideia aqui é provocar mesmo”, diz Zé Ricardo, responsável pela programação da área. “Como produtor musical, minha opinião é: temos de dar 20% do que o cara quer e 80% do que ele não conhece, porque eles vão atrás para conhecer”, completa.
A cena musical paraense tem chegado cada vez mais à região Sudeste. Um dos destaques é Gaby Amarantos, que há dez anos viaja pelo país com o tecnobrega. Ela agora se prepara para entrar em estúdio novamente. “São dez anos desde o meu primeiro disco”, conta a artista. Para a criação desde novo CD, que ela diz ser seu retorno ao tecnobrega, ela montou um grupo de compositores todos do estado, além de trazer uma banda com mulheres negras. “Meu discurso é esse”, afirma. “Eu quero levar um som mais maduro: temos novas aparelhagens e dialogamos muito bem com a música pop atual e mundial”, explica. O trabalho está previso para o segundo semestre.
Uma das estrelas mais aclamadas – que tem até Fafá de Belém como fã – é a Dona Onete. A compositora apostou na carreira musical aos 73 anos, depois de trabalhar como educadora. Com dois discos autorais lançados, um a caminho (Rebujo tem previsão para chegar em maio) e cerca de 300 composições, ela é considerada a “caçula” na profissão, com composições de “carimbó chamegado”. Entre seus sucessos estão a faixa Banzeiro. “Imagina que eu, quando professora, falava para os alunos ficarem longe do rock. Agora já foi, né?”, diverte-se. Fafá complementa: “O rock está muito mais na atitude, na ousadia, e isso o Pará consegue fazer”, diz. “Além disso, os shows paraenses são sempre um espetáculo, com aparelhagem e muita intensidade”, afirma Gaby.
Também da nova geração, está Lucas Estrela, de 26 anos, revelação na guitarrada paraense. Com dois trabalhos nas prateleiras, ele faz uma fusão entre este som e as batidas eletrônicas. Jaloo também investe na música eletrônica. Seu primeiro disco, #1, de 2015, trouxe faixas como Last Dance. Agora, ele também se prepara para uma nova empreitada: batizado de ft, a ideia é trazer sempre um convidado para cada música. Na última semana, ele mostrou a Dói D+, feita ao lado do produtor Nave.
Ainda não há uma estrutura definida. Segundo Zé Ricardo, a ideia é que os artistas se revezem no palco. “A banda da Dona Onete fica de apoio e os artistas entram, cantam o que quiserem, juntos, ou não”, diz. “Queremos que todo mundo tenha vontade de ficar ali no palco”, completa.