Buco é o pizza-bar dos donos do extinto Buraco
Por ora, o novo negócio funciona só para entregas
O Buraco não existe mais. O barzinho da Vila Buarque, que ficava meio escondido numa sobreloja banhada de luz rosa, fechou durante a quarentena (assim como muitos outras casas, infelizmente, como você pode ler nesta matéria). Segundo os sócios, o dono do imóvel foi impassível na hora da negociação do aluguel. Por isso, foi melhor encerrar as atividades.
Não ficaram muito tempo parados. No mês passado, os donos botaram para funcionar o pizza-bar Buco (buraco mesmo, em italiano), apenas para entregas. Saíram do centro e se instalaram na Vila Madalena com a nova marca. Acabaram ocupando o espaço de uma pizzaria na Rua Delfina que estava para fechar.
“Ficamos com dois funcionários que já trabalhavam ali”, conta Dida Louvise, um dos sócios. “Temos lugares para receber o público no salão, mas ainda não vamos abrir assim.”
As pizzas de tamanho individual e massa de fermentação natural são de responsabilidade do chef Rafael Silva, o Mike. Ele trabalhava no italiano Piselli Sud, onde criou o atum com babaganuche e coalhada, um dos melhores pratos da cidade por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER em 2019.
Na nova casa, Mike prepara tanto coberturas clássicas, como a margherita (35 reais) e a marinara (mesmo preço), como algumas variações, como a pizza fichi e formaggio (queijo tipo taleggio, figo, melado e rúcula, enviada à parte; 35 reais). O cardápio deve crescer em breve com algumas massas e outras opções — o “sobrenome” da casa é Cozinha de Forno.
Os clientes saudosos do Buraco podem pedir coquetéis que eram servidos no bar. São poucas opções atualmente disponíveis, como o que leva o nome da antiga casa, com gim com infusão de gengibre, manjericão, limão-siciliano e açúcar com chai masala (25 reais). O coquetel, eu já tomei, na época em que o Buraco funcionava. As pizzas ainda não avaliei. Os pedidos são feitos pelo site bucopizza.accon.app/menu.
Aqui está a primeira crítica que escrevi sobre o Buraco, em 2017:
Num cantinho do centro – O 1º andar de um predinho do centro abriga uma sala de 50 metros quadrados banhada de iluminação cor-de-rosa. Esse é o Buraco, novo ponto de encontro de grupos que amam as novidades daquela região. Foi montado por dois colegas do ramo da publicidade, Dida Louvise e Pedro Marques, que se inspiraram, juram, em microbares de Tóquio e de Berlim. O pequeno espaço, projetado pelo arquiteto e amigo Rodrigo Ohtake, filho de Ruy Ohtake, tem sofá, balcão, uma estrutura de metal retorcido no teto e prateleiras com livros e revistinhas independentes. A carta de coquetéis, criada pelo bartender Márcio Silva, do Guilhotina Bar, tem uma particularidade: todas as misturas levam chá na composição, exceto as clássicas. Em duas das melhores opções, vai o indiano masala chai, rico em especiarias. Ele se mostra bem presente no buraco (gim, gengibre, limão-siciliano e manjericão; R$ 25,00) ou mais sutil, como no diwma (cachaça, limão-taiti, bitter e Fernet Branca; R$ 20,00). Com infusão de lapsang souchong, o encorpado bunkishi (bourbon e bitter de laranja; R$ 25,00) entrega o típico sabor defumado desse chá chinês. Nas poucas sugestões mastigáveis, o oniguiri é o lanche japonês. Ou seja, o bolinho de arroz, que aqui aparece envolto em alga nori e recheado de umeboshi, ameixa oriental em conserva, com wassabi (R$ 7,00).
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