A burocracia que atrasa ainda mais a instalação de letreiro do Morumbis
Acordo entre São Paulo, Mondelez e prefeitura agora esbarra no tombamento do estádio
Anunciado no final de 2023, o acordo para a venda dos naming rights do estádio do Morumbi transformou o antigo Cícero Pompeu de Toledo em Morumbis. Pela cessão da marca, o São Paulo vai receber 75 milhões pelos três anos seguintes.
Passado quase um ano do anúncio, a nova placa principal do estádio ainda não foi instalada.
O primeiro motivo foi que a Lei Cidade Limpa proíbe a exibição de propagandas nas edificações da metrópole. Para que a marca do chocolate BIS pudesse ser estampada, a Mondelez e o São Paulo pediram uma autorização especial da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão ligado à prefeitura e com autonomia para tomar as decisões que lhe couberem.
Antes disso, como contrapartida, foi proposto um termo de cooperação em que a empresa se compromete a realizar uma série de melhorias e manutenções em ruas e praças do entorno. O custo anual para a Mondelez deve ser por volta de 3 milhões de reais.
Porém, um novo obstáculo entrou recentemente na história. Como o estádio é tombado desde 2018, cabem ao Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp) autorizarem a nova placa.
No momento, o tema está na área técnica do DPH responsável pela confecção de um parecer que dará sinal verde ou vermelho para a instalação da placa.
Depois, em caso de aprovação, o material seguirá para duas diretorias até ser levado ao Conpresp, que deverá apreciar o tema na reunião de conselheiros do dia 4 de novembro. Só depois disso a história retorna à CPPU para poder receber o aval definitivo.
Veja abaixo a relação de contrapartidas enviadas pela Mondelez à prefeitura.
1 – Fazer o levantamento arbóreo com o estado fitossanitário, localização e porte de todas as espécies ao longo das vias, com o devido laudo e com os serviços e atividades a serem realizadas;
2 – Após levantamento, realizar as devidas podas (quando for o caso, em conjunto com a ENEL), remoção, transplante e a devida manutenção, cujo cronograma será estabelecido pela subprefeitura;
3 – Projeto, implantação, readequação do piso, pintura e manutenção de ciclovias e paraciclos, conforme cronograma estabelecido pela subprefeitura e SPTrans;
4 – Implantação da Iluminação da ciclovia da avenida João Jorge Saad, conforme cronograma da CET e subprefeitura;
5 – Projeto, readequação e sinalização de piso e semafórica para pedestres e ciclistas na Praça Roberto Gomes Pedrosa e entorno, promovendo a acessibilidade e segurança para os pedestres, inclusive nos dias onde não haja jogos ou shows.
6 – Manutenção de canteiros e áreas de jardins das seguintes avenidas:
Avenida Eliseu de Almeida: 3,3 quilômetros;
Avenida Francisco Morato: 6,3 quilômetros;
Avenida Jorge João Saad: 1,8 quilômetro;
Avenidas Corifeu de Azevedo Marques e Vital Brasil: 5,5 quilômetros.