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Mulher com deficiência auditiva não consegue assistir a “Procurando Dory” e desabafa no Facebook

“Vai ter processo, vai ter exposição e por mim teria boicote também“. Uma mulher com deficiência auditiva da cidade de São José, em Santa Cantarina está comovendo a internet com um desabafo que já foi compartilhado mais de 32 000 vezes em dois dias. Para você ir ao cinema é uma atividade normal, certo? Pois […]

Por VEJASP
Atualizado em 26 fev 2017, 11h04 - Publicado em 26 jul 2016, 19h00
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Vai ter processo, vai ter exposição e por mim teria boicote também“. Uma mulher com deficiência auditiva da cidade de São José, em Santa Cantarina está comovendo a internet com um desabafo que já foi compartilhado mais de 32 000 vezes em dois dias. Para você ir ao cinema é uma atividade normal, certo? Pois para a jovem Danielle Kraus Machado não é tão simples assim.

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Hoje fui no Continente Shopping, em São José, onde o cinema é da empresa Cinépolis. Queria assistir A Era do Gelo ou Procurando Dory. Porém tenho perda auditiva bilateral moderada e, mesmo com aparelhos auditivos, preciso de legenda. Só que não tinha“, explica a jovem na mensagem, publicada em seu perfil pessoal no Facebook.

Na sequência, Danielle explica o que aconteceu após descobrir que o filme não tinha legenda: “Depois de esperar um tempão pelo gerente, ele vem e só fica falando ‘você que procure seus direitos então, eu não posso fazer nada, quem decide se é legendado ou dublado é a distribuidora.’ Porém, já descobri que quem decide isso é o pedido do cinema, ou seja, dele mesmo (corrigindo: esse sistema de quem decide é o próprio cinema, foi de outra empresa de cinema, não era a mesma, desculpa)“, garante a jovem. Confira a publicação: 

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Ok, ele ‘não pode fazer nada’, mas eu posso. Vai ter processo, vai ter exposição e, por mim, teria boicote também. Vai ter resistência, vai ter cartaz, vai ter denúncia, vai ter luta“, garante a jovem no desabafo. Além da mensagem, que já recebeu mais de 41 000 curtidas, a jovem também compartilhou fotos de um protesto feito na porta do cinema.

Semana que vem tem mais, quem conhecer alguém que tenha interesse em ir junto, só avisar (será que outros cinemas também não cumprem a lei?). Essa luta é por todas as pessoas com deficiência. Se você não diz a uma pessoa com deficiência física, cadeirante: ‘se essa rua não tem rampa, é só passar em outra, ué, que frescura, quer andar em todas as ruas, igual todo mundo’, então não diga a uma pessoa com deficiência auditiva: ‘se esse filme não tem legenda é só ver outro, ué, que frescura, quer ver todos os filmes, igual todo mundo’. Deu para notar a discriminação?“, conclui a mensagem.

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Danielle também explicou que já tentou assistir aos filmes dublados: “Mal entendi três frases. Não adianta eu querer fingir que não tenho deficiência auditiva“. Nos comentários, internautas apoiam a decisão da jovem de procurar direitos iguais.

ATUALIZAÇÃO (27 de Junho de 2017, 16h49): Abaixo, você confere a resposta oficial da Cinépolis sobre o caso:

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A Cinépolis do Brasil lamenta profundamente o episódio ocorrido no nosso complexo da cidade de São José (SC) com a cliente Danielle Kraus Machado. Somos uma empresa que entende e se solidariza com o pleito em prol de todas as formas de acessibilidade nos cinemas e a impossibilidade de Danielle em assistir a um filme é inadmissível.  

Desde o final de 2015 houve a majoritária digitalização do parque exibidor brasileiro pelas principais empresas do ramo, o que permitirá em breve a adoção plena de todas as tecnologias de acessibilidade. Ainda assim, hoje muitos cinemas do Brasil ainda não detém estes meios. Até o momento já testamos 3 tecnologias internacionais que permitem a adequação buscada e em breve teremos o teste de uma quarta tecnologia, sendo esta nacional. Uma das sessões de testes já realizada ocorreu no nosso cinema do Shopping Iguatemi JK em São Paulo, com a exibição aberta ao público do filme Reza a Lenda.  

A adoção destas medidas e tecnologias necessita também de padronizações que são determinadas pelas autoridades competentes. Estas questões ainda são objeto de consulta pública dado que o tema abrange produtores, distribuidores e exibidores, e que a acessibilidade já deve esta contida no formato DCP (Digital Cinema Package) desde sua matriz. Assim, esta adequação não pode ser feita pelos exibidores (cinemas), isoladamente, sendo estes o último elo da cadeia. Este fato fica evidenciado pela ação movida pelo MPF em São Paulo em face das distribuidoras e ANCINE.

Enquanto a adoção plena das tecnologias de acessibilidade estão sendo implementadas, a Cinépolis se compromete publicamente a aumentar o número de sessões legendadas em seus complexos de todo o país, não apenas dos filmes de animação, mas de todos os gêneros. Sabemos que esta ainda não é a solução ideal de acessibilidade que nossa empresa deseja e deve oferecer, mas acreditamos que é o mínimo que podemos disponibilizar enquanto os meios ideais estão em testes.

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Mais uma vez, pedimos desculpas pelo ocorrido. Seguimos trabalhando a cada dia para oferecer a todos, sem exceção, uma experiência única de cinemas“, comunica a empresa.

Dê sua opinião: E você, o que achou da luta de Danielle? Deixe seu comentário e aproveite para curtir nossa página no Facebook.

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