“Elite branca europeia sofre preconceito”, diz dona do Coffee Lab
Causou furor nas redes sociais o post da empresária Isabela Raposeiras, dona do Coffee Lab, no qual ela diz que a “elite branco-europeia” sofre preconceito no Brasil. Ela se referiu à série de críticas feitas ao público do jogo de abertura da Copa do Mundo, que xingou a presidente Dilma Rousseff e foi condenado depois por articulistas […]
Causou furor nas redes sociais o post da empresária Isabela Raposeiras, dona do Coffee Lab, no qual ela diz que a “elite branco-europeia” sofre preconceito no Brasil. Ela se referiu à série de críticas feitas ao público do jogo de abertura da Copa do Mundo, que xingou a presidente Dilma Rousseff e foi condenado depois por articulistas e pelo ex-presidente Lula, que falou em “elite conservadora”.
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O texto publicado na página do Coffee Lab no Facebook já teve quase 1.400 compartilhamentos e mais de 1100 comentários.
Eis o texto: “Descobri na semana passada que faço parte de uma minoria que sofre preconceito e discriminação: a elite branco-europeia nascida no Brasil. Sim, sou branca e, pelo jeito, elite. Tenho uma empresa que emprega (e paga acima do mercado) há 10 anos. Pago TODOS os impostos (motivo de incredulidade e chacota por parte de familiares). Pago no mínimo 3 vezes mais aos meus fornecedores de café, podendo chegar a 5. Poderia ter comprado os caríssimos ingressos para a abertura da copa brasileira. Apenas não o fiz por não apoiá-la desde seu anúncio, anos atrás. Conquistei, trabalhando honesta e enlouquecidamente, cada vitória e crescimento, da empresa e na minha vida pessoal. Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca. E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente – fornecedores e funcionários. Sou parte desta nação, tanto quanto aqueles que têm outro tipo de ascendência ou que sofrem exatamente pela negligência dos que me discriminam. Discriminação é crime e minha voz é representativa, sim.”
Abaixo, Isabela explica ao Terraço Paulistano por que decidiu se manifestar nas redes sociais.
Por que decidiu se manifestar?
Primeiro, quero deixar claro que não sou elite. Sou trabalhadora. Sou uma empresária farta de ter meus impostos usados de forma incorreta. Me revoltei quando vi nosso ex-presidente se referir de forma jocosa a pessoas que trabalham e que por isso têm dinheiro para comprar os ingressos da Copa. As pessoas que estavam nos estádios são muito trabalhadoras. O termo elite foi usado por ele. Eu não gosto de fazer essa distinção. Como eu posso ser considerada elite? Eu trabalho doze horas por dia. Sou trabalhadora, não vim de família rica. Já morei em cortiço com ratinho quando minha família faliu.
Acreditava que seu post teria tamanha repercussão?
Jamais imaginei uma repercussão. Acho que toda essa polêmica aconteceu porque as pessoas não entenderam o que escrevi e acharam que estava falando de racismo. Meu texto não é sobre isso. Se houve incompreensão é porque o assunto é delicado. Quem falou de cor foi o Lula. Falei sobre gente que trabalha, paga imposto e quando reclama é criticada e chamada de elite.
Teme sofrer retaliações?
Eu só lamento se as pessoas pararem de frequentar o Coffee Lab por isso. Quem se posiciona se expõe. Temos que arcar com as consequências de nossas colocações mesmo quando mal interpretadas. As pessoas que me conhecem sabem que não sou racista por inúmeras razões.
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