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Obra tombada de Oscar Niemeyer recebe reformas sem autorização

Página dedicada ao arquiteto denunciou as alterações feitas na estrutura original do posto Graal Clube dos 500, localizado na Rodovia Presidente Dutra

Por Humberto Abdo
Atualizado em 8 out 2020, 15h25 - Publicado em 8 out 2020, 15h12
Ampliação de loja de conveniência não foi liberada pela prefeitura em posto do município de Guaratinguetá. (Rolando Figueiredo/Reprodução)
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Às margens da Via Dutra, o posto Graal Clube dos 500 passa por reformas irregulares, sem a autorização da prefeitura. Assinada por Oscar Niemeyer na década de 1950, a edificação está em processo final de tombamento por patrimônio histórico desde março deste ano, o que automaticamente impede a alteração feita pelos proprietários. “E jamais seria permitida pelo Condephaat da maneira como está sendo conduzida”, afirma Rolando Figueiredo, que publicou uma denúncia na página Oscar Niemeyer Works. A obra planeja ampliar a loja de conveniência do local e é comandada pelo escritório Célilo Melilo.

No dia 22 de setembro, segundo Figueiredo, a prefeitura chegou a embargar a ampliação, embora os responsáveis presentes no comércio tenham se recusado a assinar o documento. “Mas eles sabem do processo de tombamento, pois foram notificados e eu já os avisei também”, reforça.

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Graal Clube dos 500 (Rolando Figueiredo) (4)
Projeto da década de 1950 incluiu residência próxima ao posto e hotel construído do lado oposto da rodovia. (Rolando Figueiredo/Reprodução)

Criada em 2013, a página dedicada ao trabalho do arquiteto carioca levou Figueiredo ao empreendimento. “Em 2015 me envolvi com o projeto porque falavam que estava ameaçado e poderia ser demolido”, conta. Após produzir uma pesquisa histórica sobre a construção, o engenheiro protocolou o processo de tombamento, aberto este ano pelo Condephaat. “Depois disso, qualquer obra precisa ser aprovada antes.”

Em uma reunião recente feita com a equipe da Rede Graal, Figueiredo sugeriu que a obra fosse interrompida “para economizar dinheiro, pois nunca seria aprovada e tudo vai ter que ser desfeito… Mas disseram que os donos não têm interesse. A arquitetura original abarcaria sem problemas essa mudança, caso um projeto minimamente sensível fosse elaborado e aprovado, como manda a lei”, completa.

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Graal Clube dos 500 (Rolando Figueiredo) (4)
Projeto da década de 1950 incluiu residência próxima ao posto e hotel construído do lado oposto da rodovia. (Rolando Figueiredo/Reprodução)
Graal Clube dos 500 (Rolando Figueiredo) (3)
Reforma sem autorização é comandada pelo escritório Célilo Melilo e comandada pelo engenheiro de obras Pedro Albano. (Rolando Figueiredo/Reprodução)
Graal Clube dos 500 (Rolando Figueiredo) (1)
“A característica que dá valor à obra original é justamente a estrutura”, lamenta o engenheiro Rolando Figueiredo, responsável por protocolar o processo de tombamento do local. (Rolando Figueiredo/Reprodução)
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DENÚNCIA⚠️⚠️⚠️ @graalclubedos500 e @Celio.Melilo descaracterizam patrimônio histórico em obra criminosa. Em pleno ano de 2020, algumas empresas ainda carecem de consciência frente ao patrimônio legalmente protegido e cujo valor afetivo já foi reiterado pela população local. Desde março deste ano, o Auto Posto Clube dos 500, projeto de Oscar Niemeyer de 1953, encontra-se protegido pelo Condephaat, órgão estadual de defesa do patrimônio histórico e artístico. Como de costume, os proprietários foram notificados através de correspondência com aviso de recebimento. Não obstante, o Graal Clube dos 500 realiza uma obra que descaracteriza ainda mais o bem, fechando novo módulo da estrutura para ampliar uma loja de conveniência, alteração que a arquitetura original abarcaria sem problemas, caso um projeto minimamente sensível fosse elaborado e aprovado, como manda a lei. No dia 22 de setembro a prefeitura, ciente da proteção legal da edificação, embargou a obra. No entanto, os responsáveis (sejam proprietários, administração ou engenheiros) se RECUSARAM a assinar o documento da prefeitura, certamente para atestar desconhecimento da situação irregular da obra, que continua. Lamentamos que uma empresa com tantos recursos opte por desrespeitar a lei e algo tão caro à população da cidade, sendo que uma denúncia já foi protocolada junto ao Condephaat.

Uma publicação compartilhada por Oscar Niemeyer Works (@oscarniemeyerworks) em

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