Walcyr Carrasco: “Orientei que Felix e Niko dessem um beijo de amor”
Ontem, algo incomum aconteceu durante a exibição do último capítulo de Amor à Vida. Gritos ecoaram pela região da Avenida Paulista tal qual acontece quando um time goleia o adversário em um jogo de futebol. O motivo da euforia: o tão esperado beijo de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso). Autor de Amor à […]
Ontem, algo incomum aconteceu durante a exibição do último capítulo de Amor à Vida. Gritos ecoaram pela região da Avenida Paulista tal qual acontece quando um time goleia o adversário em um jogo de futebol. O motivo da euforia: o tão esperado beijo de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso). Autor de Amor à Vida, Walcyr Carrasco, por telefone, deu um depoimento sobre a cena que parou o Brasil e entrou para a história da teledramaturgia.
“A novela quis falar da pluralidade. Nesse final, mostrei desde a criança evangélica sendo apresentada à comunidade até o beijo gay. Estamos numa democracia e todos têm que aprender a conviver e têm o direito de ser quem são. A novela é um avanço em termos de colocar questões sociais, como beijo gay. O capítulo final colocou várias situações de família: a evangélica (Gina e Elias), a tradicional (Paloma e Bruno), a moderna (Michel, Patrícia, Guto e Sílvia). Coloquei os gays numa situação familiar com filhos indo para escola, Félix cuidando do pai doente. Dentro desse contexto, cabia o beijo. Minha única orientação foi que eles dessem um beijo de amor. Escrevi a cena que quis. Optei por uma sequência cotidiana comum em muitos lares, afinal, fiz uma novela sobre família. Eu estou muito feliz que o beijo entre Félix e Niko aconteceu. Foi um avanço em termo de direitos humanos e por mostrar que as famílias são diferentes, mas são famílias.”