Meus dez filmes preferidos de Almodóvar
Minha paixão por Pedro Almodóvar é antiga. Muito antiga. Talvez, por isso, eu tenha me sentido traído por seu recente e pavoroso filme, a (suposta) comédia Os Amantes Passageiros, em cartaz nos cinemas. Almodóvar sempre foi criativo, ousado, provocador, dono de narrativas hipnóticas e de um deboche ímpar. Nada disso encontra-se em seu 19º longa-metragem. […]
Minha paixão por Pedro Almodóvar é antiga. Muito antiga. Talvez, por isso, eu tenha me sentido traído por seu recente e pavoroso filme, a (suposta) comédia Os Amantes Passageiros, em cartaz nos cinemas. Almodóvar sempre foi criativo, ousado, provocador, dono de narrativas hipnóticas e de um deboche ímpar. Nada disso encontra-se em seu 19º longa-metragem.
Lembro a primeira vez que vi Almodóvar. Em 1986, abri uma videolocadora chamada Over Vídeo. A época era de raros filmes “selados” (como eram chamadas as fitas originais) e muita pirataria. Naquele mesmo ano, apareceu por lá um vendedor me oferecendo algo diferente de tudo o que havia no mercado, segundo declarações do próprio. “Este Almodóvar vai estourar”, enfatizou. E, assim, comprei e levei para casa Matador.
Virei fã incondicional de Almodóvar assim que terminou o filme e, percorrendo sua filmografia (ainda no livro-bíblia do Leonard Maltin), descobri que o tal Almodóvar tinha quatro longas anteriores. Consegui cópias de Que Fiz Eu Para Merecer Isto? e Maus Hábitos. Mais uma vez, fiquei empolgadíssimo com o cinema do espanhol. De lá para cá, o realizador virou cult e famoso. Jamais perdeu o traço de “enfant terrible” e é por isso que, mesmo cometendo deslizes, ele ainda é um dos melhores em ação.
Cada um tem seus filmes preferidos. Eu, por exemplo, acho que os primeiros de Almodóvar ficaram datados, sobretudo Labirinto de Paixões e Maus Hábitos. Abaixo, listo meus dez prediletos dos dezenove longas-metragens que ele fez.
Matador (1986)
Touradas, sexo, traição, cores berrantes e a morte como símbolo do prazer. Não tinha como ficar indiferente da primeira vez que vi um Almodóvar.
A Lei do Desejo (1987)
Dos anos 80 e 90, é meu preferido. Uma história da paixão e obsessão contada de uma forma extremamente erótica. E tem uma das mais belas sequências iniciais do cinema, ambientada dentro de… um cinema (!!). Veja abaixo uma cena bem bacana do filme.
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Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988)
Foi o filme que consagrou Almodóvar mundialmente e lhe deu uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Uma comédia rasgada com Carmen Maura em estado de graça e o gaspacho mais fervido da história.
Ata-me (1990)
Antonio Banderas rapta a atriz vivida por Victoria Abril e mantém uma relação de dependência sexual. Uau!
Carne Trêmula (1997)
Almodóvar começava a burilar seus roteiros deixando-os complexos, porém hipnóticos.
Tudo sobre Minha Mãe (1999)
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, traz mais um daqueles roteiros intrincados que vão se abrindo numa história comovente e sentimental. E tem Marisa Paredes, Penélope Cruz e Cecilia Roth dando um show!
Fale com Ela (2002)
O filme deu o Oscar de melhor roteiro original a Almodóvar, que também concorreu na categoria de melhor diretor. Uma história desconcertante sobre a dedicação de um enfermeiro a uma mulher em coma – e não é só isso.
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Má Educação (2004)
Almodóvar voltou às origens para contar uma história de amor entre seminaristas. Abandonou, temporariamente, as personagens femininas e, por isso, foi criticado. Bobagem! O filme é um dos grandes (e esquecidos) trabalhos dele.
Volver (2006)
O diretor retomou a temática das mulheres e retornou a La Mancha, sua terra natal, para envolver a plateia numa trama de crimes, perdões e reencontros.
Abraços Partidos (2009)
Um escritor cego é o ponto de partida para mais um soberbo enredo que envolve dramas familiares, tragédias, infidelidade conjugal e mistério, muito mistério.