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Netflix: filmes mostram como internet e redes sociais manipulam usuários

Além de O Dilema das Redes, a Netflix tem um documentário ainda melhor sobre o tema

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 set 2020, 11h33 - Publicado em 24 set 2020, 12h00
Cena de O Dilema das Redes (Divulgação/Divulgação)
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O novo documentário O Dilema das Redes só reforça e amplia o tom das denúncias de The Cleaners (2018) e Privacidade Hackeada (2019), que já davam bons sinais de como a internet controla dados de seus usuários. Desta vez, ex-funcionários do Facebook, Google, Twitter, YouTube, Pinterest, entre outros gigantes digitais, relatam casos de manipulação e também de como as redes viraram uma disseminação de fake news.

Extremamente atual, o registro, além de revelar (en passant) como Bolsonaro foi eleito com a ajuda da desinformação, enfoca o negacionismo nos casos da Covid-19 e das futuras vacinas. Há, contudo, algo que atrapalha a fluência narrativa: atores interpretam uma família na qual dois filhos são viciados no celular e, pior ainda, numa base fantasiosa-futurista, os “manipuladores” trabalham para impulsionar o consumo digital. Achei que essas inserções dramatizadas quebram o ritmo tão eletrizante de depoimentos com informações confidenciais.

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A mesma Netflix tem em seu acervo Privacidade Hackeada, que relembra com riqueza de detalhes o caso da Cambridge Analytica. A empresa inglesa de comunicação e análise de dados foi acusada de impulsionar a candidatura de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos usando informações de milhões de usuários do Facebook. O escândalo atingiu proporções gigantescas e envolveu a Cambridge numa campanha a favor do Brexit, visando à saída do Reino Unido da União Europeia. Três figuras são centrais no documentário: o professor David Carroll, a jornalista inglesa Carole Cadwalladr e Brittany Kaiser, uma das diretoras da empresa — que, quando a bomba estourou, decidiu revelar na Justiça os mais escusos trabalhos. O filme também cita outros países em que a Cambridge teria atuado e faz menção à campanha de Bolsonaro.

Veja os dois, compare e me diga: qual você gostou mais?

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