Uma entrevista com o diretor de Faroeste Caboclo, aplaudido ontem no Festival de Toronto
Faroeste Caboclo é o representante brasileiro da 38ª edição do Toronto International Film Festival, que vai até dia 15 de setembro, no Canadá. A sessão para a imprensa foi um sucesso e, ontem à noite, o público aplaudiu ao fim da projeção. Direto de Toronto, o diretor René Sampaio falou como seu filme foi recebido. […]
Faroeste Caboclo é o representante brasileiro da 38ª edição do Toronto International Film Festival, que vai até dia 15 de setembro, no Canadá. A sessão para a imprensa foi um sucesso e, ontem à noite, o público aplaudiu ao fim da projeção. Direto de Toronto, o diretor René Sampaio falou como seu filme foi recebido.
Como foi a reação da crítica e do público? Tivemos uma ótima avaliação do portal Indiewire, que é uma referência para a indústria do cinema independente. E, num festival como o de Toronto, onde há muita coisa boa, despertar a atenção da crítica já é motivo para comemorar. O público também nos prestigiou de maneira surpreendente na estreia, ontem à noite. A sala, de quase 400 lugares, estava cheia. A maior parte da plateia era formada por estrangeiros, gente do mundo. Ao fim da sessão, o filme foi aplaudido, com gritos de “uhu”! Foi emocionante!
Qual a importância do Festival de Toronto na carreira do filme? Toronto não é um festival competitivo. Há apenas um prêmio, o de público, e é claro que ficaremos muito felizes se Faroeste for escolhido pelos espectadores. O mais importante deste festival é que ele é a vitrine dos filmes que, mais tarde, serão indicados ao Oscar. Foi o que aconteceu com Quem Quer Ser um Milionário (2008), Guerra ao Terror (2009), O Discurso do Rei (2010) e Argo (2012). Todos tiveram a estreia internacional aqui em Toronto. O Segredo dos Seus Olhos (2009), último longa-metragem latino-americano a vencer o prêmio de melhor filme estrangeiro, também estreou aqui.
Além da história de amor, como os estrangeiros entendem a história de Faroeste Caboclo? O público entende que o filme dialoga com a nossa realidade, mas que se trata de uma obra de ficção. É curioso também perceber que, como o público estrangeiro não tem a referência da música do Renato Russo, há uma expectativa diferente com relação ao filme.
Mas eles sabem que foi inspirado numa música do Renato Russo, que toca no fim do filme? Sabem! E ficam muito curiosos sobre o que exatamente diz a música. Tanto que estamos pensando em criar um link no YouTube com a música legendada para que os estrangeiros possam entender melhor de onde nasceu o filme.
Como um diretor brasileiro é recebido num festival como Toronto? Há dois pontos aqui: público e produtores. Foi uma grande surpresa ter sido acolhido de forma tão calorosa por uma plateia que não é formada por brasileiros. Mas o interessante é que, apesar disso, os estrangeiros vibram da mesma forma que nós ao ver o filme. Eles entendem todas as nuances da história do filme e ficam encantados ao descobrir que Faroeste dialoga com outra forma de arte – a música. Com relação aos produtores, o que mais os impressiona é a qualidade do longa-metragem, principalmente quando se sabe quanto custou. Muitos me disseram que era impossível fazer um filme com esse com um orçamento de R$ 7 milhões. Mas nós fizemos!
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