Retrospectiva musical 2024: o melhor e o pior nos palcos paulistanos
A Vejinha selecionou destaques e decepções musicais na capital paulista neste ano; os shows de Paul McCartney e Liniker estão entre os pontos altos

O ano de 2024 está chegando ao fim, e a Vejinha seleciona mais uma vez os pontos altos e baixos da música em São Paulo nesses doze meses.
Pontos altos
> ATRAÇÕES INTERNACIONAIS Em 2024, passaram por São Paulo alguns dos maiores nomes da música em shows solo. Alguns deles foram The Weeknd, Travis Scott, Eric Clapton e Mariah Carey, além de Bruno Mars, que fez seis apresentações no Morumbis — e até comemorou seu aniversário na cidade.
Em outubro, também desembarcou por aqui o ex-beatle Paul McCartney, que cantou duas vezes no Allianz Parque. O roteiro previsível do show, para os fãs, não diminuiu em nenhum grau a emoção do público em ouvir as canções imortais do artista inglês e da sua ex-banda. Foi um dos grandes momentos musicais do ano.
> REABERTURA Uma das melhores notícias musicais de 2024 em São Paulo foi a reabertura do Teatro Cultura Artística, após dezesseis anos. Reinaugurado em agosto, após uma longa reforma para readaptar o espaço após um incêndio em 2008, a sala recebeu mais de quarenta apresentações de música clássica. Em 2025, o cardápio sonoro vai se tornar mais variado, com atrações ligadas ao jazz e à MPB.

> SENSAÇÃO NACIONAL Na música brasileira, um dos fenômenos do ano foi Liniker, com o seu novo disco, Caju (2024). A cantora e compositora paulista passou pelo palco do Espaço Unimed em novembro, com a turnê do álbum, que é um espetáculo visual. Diferentes figurinos, um cenário charmoso, a banda de alto nível e muita presença de palco da vocalista fizeram do show um dos melhores do ano.

> MÚSICA PARA MULTIDÕES Os festivais também deixaram sua marca na cidade neste ano. O Coala Festival, em setembro, ofereceu uma das melhores experiências ao público, com organização e uma curadoria caprichada. Em março, o Lollapalooza Brasil foi feliz na fluidez da saída do público via transporte público e nos bons shows de SZA, Titãs e Blink-182. Em maio, o C6 Fest manteve o excelente nível da sua primeira edição, mais uma vez inovando na escolha das atrações.

Pontos baixos
> LAMA O Lollapalooza Brasil 2024 desagradou nos preparativos à chuva anunciada que caiu durante os três dias de evento. Em diferentes partes do Autódromo de Interlagos, a lama dificultou a mobilidade do público entre os palcos. No último dia da maratona musical, chegaram a ser instaladas algumas placas em pontos isolados, mas não resolveram o problema.

> ACÚSTICA Apesar de ter uma das melhores programações musicais de São Paulo, o Cine Joia deixa a desejar na acústica. O problema foi notado com maior presença no show do rapper Don L, em agosto, em que o som ficou abafado e prejudicou a experiência sonora.
> BAIXAS Os cancelamentos de grandes shows não são novidade, mas sempre desapontam o público. Entre as atrações que confirmaram e voltaram atrás, foram ausências marcantes a banda Paramore, que seria headliner do Lollapalooza Brasil, e a rapper Doechii, que se apresentaria no Afropunk Experience.
Mas o maior cancelamento do ano em São Paulo foi do festival Primavera Sound, que aconteceria entre o final de novembro e o começo de dezembro. A justificativa da organização foi que “dificuldades externas” impediram a produção “de realizar os eventos com o nível que o público que tanto nos apoia merece” — e ainda não se sabe quando o Primavera Sound retorna, após duas primeiras edições memoráveis na capital paulista em 2022 e 2023.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924