Fora da Lei tem seleção afinada de cafés e métodos diferentões

É fato que o Fora da Lei Café, comandado pelo advogado Cauã Sperling na região da Avenida Paulista, não prima pelo conforto e é um tanto quanto barulhento. Nada disso, porém, incomoda a clientela formada por moradores da região, executivos que trabalham nas redondezas, entusiastas da bebida e baristas.

São atraídos por métodos de extração diferentões e pela curadoria afinada de grãos de Sperling, que trabalha com variedades como catuaí amarelo e geisha — ele é responsável também pela torra. Uma das formas de preparo é a do chamado snowtop, coador de cerâmica japonês que permite passagem rápida da água pelo pó e que promete mais delicadeza à bebida.

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O método, porém, suaviza demais o eclipse (R$ 16,00), café do tipo mundo novo da Fazenda Surubi, de São Gonçalo do Sapucaí (MG), com torra escura e notas de chocolate — fica quase sem intensidade. O mesmo grão, com a torra mais clara, recebe o nome de froide e resulta em um ótimo expresso (R$ 7,50), encorpado e de crema perfeita, servido em copinho transparente que lembra o de shot.

De volta aos coados, vale apostar no etiópia preto (R$ 24,00), vindo do país africano e difícil de encontrar por aqui. Foi o auge entre as xícaras provadas: tem acidez equilibrada mais aromas florais, de pêssego e de chá-preto quando feito no método japonês origami, também de extração rápida e que exalta a sutileza do café.

Comidinhas elaboradas por Claudia Suzuki, esposa de Sperling, junto das confeiteiras irmãs Sam e Sammy Furlan, como o muffin de legumes e o bolo de maçã com calda de caramelo salgado com canela (R$ 10,00, cada um) trazem mais prazer à experiência.

Avaliação: BOM (✪✪✪)

Fora da Lei Café
Salão e retiradas: Rua Cubatão, 131, Paraíso, WhatsApp 2985-6777.
Das 9h às 18h (domingo 10h/16h).
Instagram: @foradalei_cafe. 

Publicado em VEJA São Paulo de 7 de junho de 2023, edição nº 2843.

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