Comer & Beber 2019: Rogério Fasano, personalidade gastronômica do ano
O jovem que sonhava em ser cineasta e virou restaurateur recebe a homenagem do guia por ter elevado a culinária italiana a alta gastronomia
Aos 19 anos, ele passava uma temporada na Inglaterra para estudar na London International Film School. Estava em busca de uma aspiração: ser cineasta. Corria o ano de 1980 quando Rogério Marco Fasano começou a receber uma série de telefonemas do pai, o empresário Fabrizio Fasano (1935-2018), em que ele sinalizava a delicada situação financeira familiar, que se precipitou depois em falência.
De volta ao Brasil, o desejo de conquistar espectadores nas grandes telas foi deixado de lado. O homem de cinema deu lugar ao restaurateur. O primeiro empreendimento, o Jardin Gastronomique, com uma cozinha afrancesada, revelou-se um desastre. Só depois engrenou nos negócios com a abertura do primeiro Fasano, na Rua Amauri, ao investir na culinária italiana clássica do norte. Em 1990, veio a versão suntuosa na Rua Haddock Lobo, transferida em 2003 para o vizinho hotel da grife.
As casas do grupo se multiplicaram dentro e fora de São Paulo com nomes como Gero, Nonno Ruggero, Parigi, Bistrot Parigi, Trattoria, Baretto e a caçula delas, a lanchonete Gero Panini.
O empresário tem dois filhos, Anna e Vittorio, mas os desaconselha a seguir “num ramo maluco como esse”. Em casa, o senhor restaurantes costumava cozinhar para a mulher, Anna, pratos de seus restaurantes que ele jura que fazem bem. Já saíram de seu fogão vitela ao forno, escalopinho ao marsala e espaguete ao vôngole.
Mas não esqueceu o cinema. Seus filmes favoritos são Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, e a trilogia de Francis Coppola O Poderoso Chefão, que já viu mais de cinquenta vezes.
Por ter elevado a culinária a um patamar nunca antes alcançado no país, Fasano re- cebe o título de personalidade gastronômica do ano.