Rodrigo Oliveira abre novo restaurante ao lado do consagrado Mocotó
Batizado de Esquina Mocotó, o endereço-irmão fica quase no limite com Guarulhos e deve abrir oficialmente para o público no sábado (18)
Campeão de filas e um dos melhores restaurantes de culinária brasileira da cidade, o Mocotó vai ganhar um irmão. É o Esquina Mocotó, na Vila Medeiros, Zona Norte. Chef e sócio do estabelecimento, que fica quase no limite com Guarulhos, Rodrigo Oliveira promete abrir oficialmente as portas para o público no sábado (18).
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Neste fim de semana, no entanto, ele fará um teste e servirá alguns pratos para marcar sua estreia informal. “No Dia das Mães, prepararei um menu especial de almoço que será servido só para as primeiras cinquenta pessoas que aparecerem”, diz o cozinheiro de 32 anos. Cada cliente desembolsará 68 reais para provar esse cardápio completo.
A nova casa, bem distante do circuito de badalação, começou a surgir no fim de 2011, quando Oliveira se associou a três investidores e incorporou o imóvel vizinho do Mocotó, onde antes ficava uma padaria. Depois de um ano de reformas a um custo de 2,5 milhões de reais, valor estimado pelos sócios, o lugar ganhou um salão para oitenta lugares com cozinha aberta.
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Se o investimento no imóvel de 400 metros quadrados com equipamentos de primeira linha impressiona, o ambiente é simples e despojado. “Nem toalhas teremos sobre as mesas”, avisa Oliveira. “O que importa é a comida.”
Na seleção de receitas, não se encontram pedidas como o caldinho de mocotó e o escondidinho de carne-seca, que fizeram a fama do endereço mais velho. O cozinheiro finalizará suas criações em uma cozinha aberta com balcão cercado por cadeiras. Ali, os clientes poderão vê-lo dar os últimos retoques a sugestões autorais como a paleta de porco-do-mato com purê de grão-de-bico, além de sobremesas como o cajá-manga, mistura de purê e sorbet de frutas.
Para preparar as novidades, Oliveira contará com o apoio do subchef Rafael Coutinho e da confeiteira Mariana Dias. Nada de cachaça e caipirinha para acompanhar os pratos — elas poderão ser pedidas de aperitivo. A atração é uma adega com rótulos nacionais, argentinos, chilenos, uruguaios e portugueses organizada pela especialista Sônia Denicol e pela sommelière Jô Barros.
Oliveira sonhava ser engenheiro ambiental e desistiu do curso ao conhecer o premiado Tordesilhas, de Mara Salles, em 2001. “Rodrigo é um grande empreendedor, um homem carismático e inteligente que soube conduzir o negócio iniciado pelo pai”, diz Mara, referindo-se ao início da carreira dele.
Depois de terminar o curso superior de gastronomia, Oliveira renovou o menu do Mocotó, até então um botequim especializado em caldinhos, aberto em 1973 por seu pai, José Oliveira de Almeida, como uma casa de produtos do Norte. Passou a fazer receitas tradicionalmente pesadas com leveza, sem as descaracterizar. Deu, assim, um toque gourmet à rústica culinária do sertão nordestino.
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A fama do restaurante e de seu mestre-cuca com pinta de galã ultrapassou os limites da Zona Norte em 2004, quando o Mocotó ganhou o concurso Comida di Buteco. De lá para cá, foi uma ascensão estrondosa de público e de crítica — pelas suas mesas passaram nomes internacionais como o temido François Simon, do diário francês Le Figaro, e Nicholas Lander, do jornal inglês Financial Times. Agora, é esperar para ver como será a recepção às novidades do Esquina Mocotó.
À la carte
Algumas diferenças entre os dois restaurantes
MOCOTÓ (antigo)
› Capacidade do salão
100 lugares
› Funcionários
60 pessoas
› Carta de vinhos
3 rótulos brasileiros da região do Vale do São Francisco
› Menu
47 sugestões
› Barman
O paulistano Leandro Batista
ESQUINA MOCOTÓ (novo)
› Capacidade do salão
80 lugares
› Funcionários
40 pessoas
› Carta de vinhos
50 rótulos brasileiros, argentinos, chilenos, uruguaios e portugueses
› Menu
25 sugestões
› Barman
O britânico Aharon Rosa