Miniso, a concorrente da Daiso que está chegando à cidade
Rede japonesa inaugura lojas com bugigangas que custam, em média, 10 reais
A rede japonesa Daiso desembarcou por aqui em 2012. Conquistou os paulistanos ao oferecer bugigangas importadas a preços módicos — em média, 7,99 reais. Hoje, há 25 unidades na Grande São Paulo. O reinado-solo da cadeia oriental, no entanto, pode acabar em breve. Uma concorrente chega com força para disputar espaço na capital.
Trata-se da Miniso, criada pelo designer japonês Miyake Junya e pelo empresário chinês Ye Guofu em Tóquio, em 2013. Com mais de 2 000 pontos de venda espalhados por cinquenta países, a empresa pretende inaugurar seu primeiro endereço na América do Sul no sábado (26).
Ocupará um espaço de 420 metros quadrados no Shopping Ibirapuera. Nas prateleiras, encontram-se produtos que custam de 3 a 200 reais. Um conjunto de cinco pares de cílios postiços sai por 9,90 reais. Uma mochila de náilon vale 49,90 reais.
Há outros seis espaços em construção, nos shoppings Anália Franco, Center 3, Light, Mais, Morumbi Town e Vila Olímpia, com previsão de lançamento até outubro. O plano é abrir mais treze endereços na cidade até dezembro. Vias movimentadas como a Avenida Paulista e a Rua 25 de Março estão cotadas. No mesmo prazo, devem surgir mais trinta filiais no restante do estado, como no Jundiaí Shopping e no Golden Square, em São Bernardo
do Campo.
De acordo com o presidente da Miniso no Brasil, o chinês Frank Wei, a investida agressiva é planejada desde o fim de 2016. “Realizamos uma grande pesquisa de mercado para entender o que funcionaria por aqui”, afirma. “Investimos 20 milhões de reais e esperamos faturar 1,5 milhão de reais por endereço ao mês.”
A companhia também apostará na divulgação pelas redes sociais e por blogueiras. Sua conta no Instagram acumula mais de 2 000 seguidores, mesmo antes de qualquer inauguração.
De início, os produtos serão divididos em sete nichos: dia a dia, bem-estar, bolsas, esporte, papelaria, vestuário e acessórios (como chapéus e meias). Tudo quase sempre fabricado na China e com pegada oriental moderninha. “Prezamos pelo estilo de vida asiático: minimalista, prático e sem excessos”, explica Wei.
As linhas de maquiagem, beleza, eletrônicos, brinquedos e alimentos, do naipe de sucos, lanches e snacks, devem chegar só daqui a três meses. Um perfume masculino valerá 20 reais. O delineador best-seller da etiqueta também será vendido na cidade.
No último ano, comercializaram-se 100 milhões de unidades do item no mundo. Aqui, a média de preço das mercadorias girará em torno de 10 reais. Na Austrália e na China, por exemplo, fica em metade disso. As lojas têm áreas setorizadas, corredores amplos e tamanho entre 200 e 800 metros quadrados. São mais de 3 000 produtos por filial, com oitenta lançamentos mensais e novidades todas as semanas. Para ajudar os clientes brasileiros, haverá rótulos traduzidos.
A marca desembarca na capital em um momento de crise para o varejo, mas deve agradar pelos preços camaradas. Superintendente institucional da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo acredita que a novidade revela que os empresários estrangeiros ainda consideram a economia brasileira atrativa, mesmo com a recessão dos últimos três anos.
“Esses investimentos estimulam a concorrência, o que é ótimo para o consumidor final”, analisa. Gerente-geral da Daiso no Brasil, Reginaldo Paulista afirma que não conhece a Miniso. “Mas todo negócio que traga empregos para cá é bem-vindo”, diz.
Best-sellers made in China
Cinco dos itens mais vendidos na rede