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Mostra leva tela rara de Picasso à casa projetada por Niemeyer em SP

'Mulher Nua Sentada' (1901) é um dos destaques da 'Aberto 01'. Nunca exibida no Brasil, obra chegou a ser confiscada pelos nazistas nos anos 30

Por Júlia Rodrigues
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h20 - Publicado em 11 nov 2022, 06h00
Quadro de Picasso em um cavalete de madeira. Tela mostra mulher nua sentada em uma espécie de manta lilás. Ela ergue os braços dobrados. Ao fundo, é possível ver uma parede com orifícios que mostram um jardim
"Mulher Nua Sentada" (1901): quadro é exposto em única residência planejada por Niemeyer na capital (Ding Musa/Divulgação)
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Um quadro de Picasso nunca antes visto no Brasil exposto na única casa projetada por Oscar Niemeyer em São Paulo. Essa junção impressionante é um dos destaques da exposição Aberto 01, cuja primeira edição acontece na capital até dezembro deste ano. O evento, que pretende ser anual e passar por países diferentes, é um projeto de Filipe Assis, paulista que trabalha como art advisor — profissional que presta consultoria a colecionadores — em Londres desde 2019. “Eu nem sabia que tinha uma casa projetada por Niemeyer em São Paulo. Quando a vi, tive certeza que seria nela. Da decisão do local até a escolha das obras e a montagem da exposição foram somente 45 dias”, comenta.

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Participaram desse processo intenso Kiki Mazzucchelli, diretora artística da Galeria Luisa Strina, e a designer de móveis Claudia Moreira Salles, que atuaram na curadoria. Como mote da mostra, o trio escolheu obras que conversassem de alguma maneira com a estrutura da casa, avaliada em 15 milhões de reais. O imóvel, localizado em Alto de Pinheiros, foi projetado pelo arquiteto (1907-2012) nos anos 60 e dado de presente em 1974 para o engenheiro Milton José Mitidieri, com quem trabalhou no desenvolvimento de Brasília. Tem um belo jardim, cujo projeto inicial é do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), vaga para sete carros, além de cinco amplos quartos.

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É na suíte master que fica Mulher Nua Sentada (1901), tela de Pablo Picasso (1881-1973) do início de sua carreira. “Foi pintada em papelão, porque ele ainda não tinha dinheiro para comprar telas”, explica Filipe. Até chegar à capital e pousar em um dos cavaletes feitos por Claudia especificamente para a mostra, a pintura passou pelas mãos de vários colecionadores e chegou a ser confiscada pelos nazistas na década de 30. Ela está exposta ao lado de vários nus, todos eles estreantes no Brasil, de artistas como Gustav Klimt, Marc Chagall e Alberto Giacometti.

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Obras dispostas na copa da casa projetada por Niemeyer. As paredes delimitam um formato circular e nelas estão quadros com abstrações geométricas coloridas. A obra
“Relevo Espacial” (1959): obra de Oiticica na copa da casa (Ding Musa/Divulgação)

Engana-se quem pensa que a tela de Picasso é a mais cara do conjunto. Leva o título Relevo Espacial (1959), do brasileiro Hélio Oiticica, que pende do teto acima da copa. “Com o valor daria para comprar a própria casa”, brinca Filipe. Ainda podem ser vistos trabalhos de Tunga, Maria Martins, Cildo Meireles e artistas jovens, surgidos na cena atual.

Casa Niemeyer. Rua Silvia Celeste de Campos, 607, Alto de Pinheiros. Qui. a dom., 11h/16h. Grátis. Até 4/12. Necessário agendar. Visitação: 60min. aberto.art.

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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de novembro de 2022, edição nº 2815

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