Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br

Cia. Sansacroma retorna a São Paulo com ‘Carvão’

Espetáculo terá sessões de 13 a 16 de novembro, no Centro Cultural SP, e 18 e 19, na Fábrica de Cultura Jardim São Luís

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 nov 2025, 16h00
Espetáculo-Carvão-volta-a-São-Paulo
Espetáculo 'Carvão': coreografia-manifesto que investiga as narrativas do amor negro como ato político, filosófico e ancestral (Sergio Fernandes/Divulgação)
Continua após publicidade

Após uma estreia com sucesso de público no Sesc Consolação, além de passar pelo Centro Cultural Olido e circular por Diadema, Piracicaba e São Carlos, a Cia. Sansacroma se prepara para mais uma temporada do espetáculo Carvão na capital paulista.

De 13 a 16 de novembro, quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h, na Sala Jardel Filho, do Centro Cultural São Paulo e nos dias 18 e 19 de novembro, terça, às 19h e quarta, às 15h, na Fábrica de Cultura Jardim São Luís.

Carvão é uma coreografia-manifesto que investiga as narrativas do amor negro como ato político, filosófico e ancestral, atravessado por violências históricas e persistentes.

Inspirado nos pensamentos da autora Bell Hooks, o espetáculo entende o amor não como romantização, mas sim, como uma prática de liberdade. Amar, para corpos negros, é um gesto radical de resistência à desumanização e uma recusa ativa às lógicas coloniais que tentam romper e apagar os laços afetivos e comunitários.

Cicatrizes e renascimentos

A obra parte da simbologia do carvão, aquilo que foi queimado, mas não destruído; uma matéria que resiste e permanece viva. Por meio dos movimentos de cinco intérpretes criadores em cena e da performance musical eletrônica ao vivo, o espetáculo constrói um território de afetos forjados entre cicatrizes e renascimentos.

“O carvão carrega em sua matéria a memória do fogo e a potência da permanência. É uma ruína que sustenta. É o corpo que, mesmo marcado, continua a produzir calor. O amor negro é esse carvão: forjado nas chamas do racismo, mas ainda assim, uma brasa viva que alimenta futuros possíveis”, comenta Gal Martins, diretora artística da Cia. Sansacroma.

Continua após a publicidade

Renato Nogueira, referência em estudos sobre afetos, diversidade, ancestralidade e pensamento crítico, nos lembra que o corpo negro é tempo de travessia, e que a ancestralidade pulsa como horizonte e origem. Em Carvão, o tempo se dobra e a coreografia se constrói sobre camadas de memória, onde o amor é rito de cura, de reinvenção e de insubmissão.

Os corpos em cena carregam a densidade das marcas do racismo, do que foi atravessado e a leveza de um afeto que insiste. A água, elemento cênico que dialoga com a densidade do carvão, representa o fluxo da ancestralidade e a possibilidade de cura. “É rio que carrega cinzas, lágrima que rega a terra, maré que embala os afetos negados, mas jamais apagados. A água tensiona sem silenciar, cura sem apagar e dissolve para transformar”, complementa Gal Martins.

Assim como o amor negro, ela escorre entre as frestas da história para inundar o agora com potência de vida. Carvão é uma dança feita de cicatriz e fluxo, de resistência mineral e correnteza ancestral. É um espetáculo que afirma o direito inegociável ao afeto negro, reivindica a completude do amor como prática coletiva. Porque, como diz Bell Hooks, “o amor é a única prática que pode nos levar além do medo – e o amor negro, mesmo queimado, não se rende: acende, renasce e transborda”.

O espetáculo foi indicado ao Prêmio APCA, do primeiro semestre, em duas categorias: melhor interpretação e melhor figurino. Além disso, também foi indicado ao Prêmio Arcanjo 2025 na categoria dança.

Continua após a publicidade

A circulação do espetáculo Carvão, da Cia. Sansacroma, faz parte do projeto Entre Laços e Lutas – Narrativas de Amor Negro, contemplado pela 5ª edição do Programa Municipal de Fomento à Cultura Negra para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

Diálogos

Após as apresentações no Centro Cultural São Paulo e na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, a Cia. Sansacroma convida o público presente para um diálogo. Confira a seguir a programação:

Centro Cultural São Paulo

Domingo, dia 16/11, às 20h

O amor é diretor de quem? Colonialismo e a higienização dos afetos negros

Continua após a publicidade

Convidades: Andreone Medrado e Bruno Novais

Mediação Sansa: Gal Martins

 

Fábrica de Cultura Jardim São Luís

Terça-feira, dia 18/11, às 20h

Sonoridades Afetivas: Reflexões sobre música e o amor negro

Continua após a publicidade

Convidados: Alexandre Barão e Aryani Marciano

Mediação Sansa: Dani Lova

 

Carvão. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, Liberdade, Sala Jardel Filho. De quinta a sábado, às 20h. Domingo, às 19h. De 13 a 16/11. Grátis. 16 anos

Fábrica de Cultura Jardim São Luís. Rua Antônio Ramos Rosa, 651, Jardim São Luís. Terça, às 19h e quarta, às 15h. Dias 18 e 19/11. Grátis. 16 anos

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do SP

A partir de 32,90/mês