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Conheça Danilo Alves, paulistano que levou o parkour das ruas de Osasco ao Theatro Municipal

Educador, atleta e artista do parkour, Danilo enxerga a prática como ferramenta pedagógica e meio de interação com a cidade

Por Mirela Costa
Atualizado em 16 nov 2025, 15h36 - Publicado em 15 nov 2025, 08h00
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Atleta estará no Desafio Voltz Parkour 2025, maior campeonato da modalidade na América do Sul (Eduardo Romeiro/Divulgação)
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Na infância, o paulistano Danilo Alves, 37, sonhava em ser como um super-herói dos quadrinhos: pular de prédio em prédio e lançar-se em aventuras acrobáticas. Hoje, ao ensinar saltos e manobras para crianças, o professor, artista e atleta profissional do parkour é frequentemente reconhecido pelos pequenos como Homem-Aranha ou Pantera Negra.

Ativo na modalidade há duas décadas, Danilo tornou-se referência na cena paulistana com direção de performances artísticas na cidade, participação de eventos Brasil afora e atua como educador em colégios como o São Domingos, em Perdizes, onde dá aulas atualmente. “Vejo o parkour mais como uma forma de arte-educação do que como esporte em si”, afirma.

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Para Danilo, a arte e a educação são valores fundamentais do parkour (Rafael Nicolau/Divulgação)

Antes de aterrissar em território nacional, a atividade, que envolve o uso do próprio corpo como ferramenta para ultrapassar obstáculos urbanos, teve início nas ruas de Lisses, na França, durante a década de 1980. A chegada e popularização da prática no Brasil, em 2004, coincide, inclusive, com o começo da trajetória de Danilo na modalidade.

“O primeiro contato que tive com ela foi em 2005, quando uma reportagem no Domingão do Faustão trouxe o grupo Le Parkour Brasil para falar sobre uma prática que estava surgindo na época. O que mais me fascinou quando assisti àquilo foi a poesia das acrobacias e a arte em interação com a cidade”, compartilha. O Le Parkour Brasil, fundado por Eduardo Bittencourt, e o Grupo Parkour Brazil, criado por Leonard Akira, foram os pioneiros na difusão do exercício, além de coletivos incipientes de jovens em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

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Como se fazia nos anos 2000, o então atleta iniciante recorreu à antiga rede social Orkut para buscar praticantes nas proximidades de Osasco, na região metropolitana, onde morava, frequentar encontros e fortalecer sua rede de contatos na atividade. Com uma rotina de treinos semanais, foi uma apresentação no Sesc São José dos Campos, em 2007, que lhe garantiu uma vaga no Le Parkour Brasil. “A partir de então, eu saio da periferia de Osasco e, de repente, estou viajando pelo país inteiro conhecendo pessoas da área e também sendo reconhecido”, relata.

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Danilo e suas manobras: “arte em interação com a cidade” (Rafael Nicolau/Divulgação)

Danilo destaca que a grande reviravolta na sua carreira foi, no entanto, a participação como convidado no Programa do Jô, da TV Globo, em 2014, quando conversou com o apresentador sobre seus trabalhos na atividade e a visibilidade que a prática vinha ganhando na internet e nas ruas.

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Ao adquirir renome no universo profissional, somente o sucesso não foi suficiente para ele: “Além das performances e loucuras atléticas, sempre admirei a arte de ensinar e quis passar para as crianças o que também me movia na juventude”. Atuando, inicialmente, como professor independente da modalidade, potencializou suas aulas em escolas após a entrada de Práticas Corporais de Aventura (PCAs) — entre elas, o parkour — na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2018.

O educador conta que sua abordagem pedagógica visa não só ao ensino de saltos, cambalhotas e escaladas, como também ao desenvolvimento de diferentes formas de expressão corporal e ao estímulo à superação do medo. Em meio à representação limitada de atletas pretos no panorama nacional do esporte, Danilo acredita que sua jornada é fonte de inspiração para novas gerações. “Eu cresci sem muitas referências de atletas negros na área. Praticantes como eu eram vistos como marginais. Hoje, meus alunos pretos me olham com muito respeito e se sentem bem-vindos por ter um professor parecido com eles”, aponta.

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Para Danilo, inspirar novas gerações no parkour é motivo de orgulho (Eduardo Romeiro/Divulgação)
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Dividindo-se entre as aulas e a apresentação do podcast Papo de Muro, em que entrevista diferentes personalidades relacionadas ao par kour, o artista participou como bailarino da montagem da ópera Porgy and Bess no Theatro Municipal, em setembro deste ano.

À Vejinha, Danilo revelou os principais pontos para praticar a atividade em São Paulo, enfatizando as saídas das estações de metrô, onde, segundo ele, as distâncias regulares entre os obstáculos oferecem condições favoráveis ao treinamento de diferentes fundamentos. Para o atleta, o parkour é capaz de ressignificar a cidade aos olhos de quem o pratica, transformando a selva de pedras em um grande parque de diversões.

Confira 10 pontos para a prática de parkour em São Paulo:

  • Estação Ana Rosa, na Linha 1-Azul do Metrô: Rua Vergueiro, 505, Vila Mariana;
  • Estação Japão-Liberdade, na Linha 1-Azul do Metrô: Praça da Liberdade, 133, Liberdade;
  • Estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna, na Linha 1-Azul do Metrô: Avenida Leôncio de Magalhães, 1000, Jardim São Paulo;
  • Estação Trianon-Masp, na Linha 2-Verde do Metrô: Avenida Paulista, s/nº;
  • Estação Vergueiro-Sebrae, na Linha 1-Azul do Metrô: Rua Vergueiro, 790, Liberdade;
  • Parkour Park: Avenida Presidente Castelo Branco, 727, Ponte Pequena;
  • Parque Ibirapuera: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana;
  • Pico Zig Zag Parkour — Praça P2: Avenida Paranaguá, 1410, Vila Paranaguá;
  • Praça Franklin Roosevelt: Bela Vista;
  • Praça Horácio Sabino: Praça Horácio Sabino, 302, Pinheiros;
  • Vale do Anhangabaú: Centro.
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Publicado em VEJA São Paulo de 14 de outubro de 2025, edição nº 2970.

 

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