Continua após publicidade

Cristiano Mascaro abre ateliê no Centro com exposição e imagens inéditas

Fotógrafo, conhecido por retratar o cotidiano e a paisagem urbana de São Paulo, montou estúdio aberto ao público em apartamento na República

Por Mattheus Goto
17 Maio 2024, 10h00
Espaço de criação: Cristiano Mascaro no 15º Andar
Espaço de criação: Cristiano Mascaro no 15º Andar (Masao Goto Filho/Veja SP)
Continua após publicidade

Centro de São Paulo, 5h da manhã. Com uma mochila e uma máquina fotográfica, Cristiano Mascaro, 79, vai ao encontro do desconhecido. “Saio para fotografar sem saber o que encontrar. Vivo de espanto”, afirma. Essa metodologia proporcionou-lhe imagens poéticas e impactantes da arquitetura e da paisagem urbana paulistanas.

Mais de cinquenta delas serão apresentadas a partir de sábado (18), até 20 de julho, na exposição de abertura de seu novo ateliê. Localizado no Edifício David Cury, no número 276 da Rua 24 de Maio, esquina com a Avenida Ipiranga, o espaço foi batizado de 15º Andar, pavimento que ocupa. Graças aos janelões, o visitante é recebido com uma vista privilegiada da Praça da República e do horizonte de prédios. No dia da inauguração, o horário vai das 10h às 19h. Depois, segue todas as sextas e sábados, das 10h às 17h.

A seleção de fotos contempla diferentes épocas, desde o início da sua atuação, na década de 1970, até os dias de hoje, entre ampliações analógicas e impressões digitais. A última mostra que traçou um panorama de seu trabalho ocorreu em 2019, no Sesc Pinheiros.

O fotógrafo Cristiano Mascaro se lança ao acaso para retratar cenas da cidade, como os pedestres no Viaduto Eusébio Stévaux
O fotógrafo Cristiano Mascaro se lança ao acaso para retratar cenas da cidade, como os pedestres no Viaduto Eusébio Stévaux (Cortesia Cristiano Mascaro/Divulgação)
A foto das escadas rolantes simétricas na Galeria Presidente é a mais vendida por Cristiano Mascaro
A foto das escadas rolantes simétricas na Galeria Presidente é a mais vendida por Cristiano Mascaro (Cortesia Cristiano Mascaro/Divulgação)
Continua após a publicidade

O fotógrafo pretende montar duas exposições por ano. Para além de exibir as obras, o objetivo do espaço é disponibilizar as peças para venda em tiragens menos restritivas e com formatações diversas. Assim, as imagens poderão ser adquiridas por um preço mais acessível. O ateliê também será palco de cursos, workshops, palestras e debates voltados para o universo da fotografia, em parceria com o curador Rubens Fernandes Junior.

Nascido em 1944 em Catanduva, interior paulista, Mascaro mudou-se para a capital com os pais aos 5 anos de idade. Eles moravam em um prédio na região da República, perto de onde fica o ateliê. “Tenho muitas lembranças afetivas dessa época, de passar pelo antigo prédio do Mappin e andar pela Avenida São João no caminho para a escola”, ele conta. Na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, teve contato com a obra do francês Henri Cartier- Bresson (1908-2004) e quis seguir carreira na fotografia.

Com a ajuda da “madrinha” Claudia Andujar, como ele chama a fotógrafa, começou a trabalhar para a revista VEJA no fim dos anos 1960. Na década seguinte, constituiu família e decidiu mudar-se para a Granja Viana, onde poderia criar os filhos em uma casa maior. “Ironicamente, foi quando mais fotografei São Paulo.”

Continua após a publicidade
“Mil casualidades vão acontecer, o cenário nunca é o mesmo”: motociclista no Minhocão
“Mil casualidades vão acontecer, o cenário nunca é o mesmo”: motociclista no Minhocão (Cortesia Cristiano Mascaro/Divulgação)
Vista panorâmica na Santa Ifigênia, retratada por Cristiano Mascaro
Vista panorâmica na Santa Ifigênia, retratada por Cristiano Mascaro (Cortesia Cristiano Mascaro/Divulgação)

As crianças cresceram e, junto da esposa, voltou à cidade este ano e comprou um apartamento na Avenida Angélica. Com o espaço pequeno para seus livros e fotografias, precisou alugar um outro local para armazenar o acervo. “Fico orgulhoso de estar no centrão. Não é só centro, é o ‘centrão’ da cidade”, brinca Mascaro.

Continua após a publicidade

Após mais de cinco décadas de carreira, ele vive um momento de satisfação com o trabalho feito e de inquietação pelos próximos passos — e cliques. “Tenho a mesma curiosidade de sempre. Digo que estou na fase da pós-aposentadoria. Como fotógrafo, não tenho data para me aposentar e assim vou continuar.”

Publicado em VEJA São Paulo de 17 de maio de 2024, edição nº 2893

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.