Festival celebra arte produzida por moradores em situação de rua
Festival Pop de Rua ocupa Museu da Língua Portuguesa e Sesc Bom Retiro até esta sexta-feira (18)
Para lembrar que existe cultura nas ruas, o Museu da Língua Portuguesa e o Sesc Bom Retiro estão promovendo até sexta-feira (18), na capital paulista, o Festival Pop Rua, que discute o direito à cultura e apresenta produções artísticas realizadas por pessoas que vivem nas ruas de todo o país.
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Com tendas de serviços para atendimento dessa população, almoços, shows musicais, apresentações artísticas e muitas mesas de debates, o festival vem mostrar que há muita produção cultural acontecendo nas ruas brasileiras e que há também muita gente em situação de vulnerabilidade querendo ocupar os espaços culturais do Brasil. O que eles precisam é de oportunidades.
“Estou feliz demais. Emocionado demais”, disse Flávio Ferreira, 57 anos, após cantar no coral do projeto Uma Só Voz e ser bastante aplaudido ao se apresentar nesta quinta-feira (17) no festival.
Ferreira contou à reportagem que era casado e técnico em refrigeração, antes de passar a viver nas ruas do Rio de Janeiro por quatro anos. “Perdi tudo”, disse ele, que foi viciado em drogas e bebidas.
Sua vida passou a mudar quando voltou a estudar e passou a frequentar o coral Uma Só Voz, que se reúne semanalmente no Museu do Amanhã.
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Hoje ele está internado em um centro de recuperação e trabalha em um mercado. Frequenta o coral e assiste aulas. No futuro, quer ser veterinário e cuidar de cachorros, uma de suas paixões.
Ricardo Branco de Vasconcellos, o Rico, é o regente e responsável pelo coral. Segundo ele, o grupo reúne pessoas em extrema vulnerabilidade ou que já tiveram essa experiência de viver em ruas. “Esse é um projeto que acredita que a arte pode fazer a diferença para a pessoa”, disse.
Quem também se apresentou no festival foi o grupo Pagode na Lata, uma proposta cultural e educacional de redução de danos que atua na região da cracolândia, em São Paulo. “O Pagode é uma construção coletiva de usuários, trabalhadores e ex-trabalhadores do território da cracolândia”, disse Leonardo Lindolfo, assistente social e integrante do Pagode na Lata.