Festival exibe filme que retrata Batman e Robin como casal gay
Inspirado na série de TV dos anos 60,<em> Batguano</em> mostra os super-heróis vivendo num trailer decadente
Em Batguano, segundo longa-metragem do paraibano Tavinho Teixeira, Batman enfrenta a velhice num trailer decadente ao lado de Robin, que fuma, toma uísque e tem medo do escuro. Os dois super-heróis não salvam mais vítimas indefesas, preferem assistir a filmes e séries na televisão comendo pipoca de micro-ondas.
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É uma sátira muito bem-humorada, e às vezes com diálogos filosóficos, do diretor à indústria do entretenimento. A fita pode ser vista hoje, às 22h, no Espaço Itaú de Cinema Augusta, sessão que integra a programação do 22º Festival Mix Brasil, dedicado à temática LGBT.
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Pensada a princípio como uma peça de teatro, a história aborda a vida do casal num contexto futurista, no qual uma peste causada por fezes de morcego dizimou parte da população. Quando pega a estrada num carrão –num quadro que revela o veículo parado e a tela no fundo em movimento–, a dupla tem só um objetivo: ir atrás de michês com uma lanterna nas mãos.
Teixeira, que, além de dirigir, faz o papel do Robin, não alivia nas cenas de sexo explícito. Mas tudo num tom cômico. Numa das sequências, os heróis relembram o primeiro encontro num baile de máscaras. Em outra, Batman aparece sentado na privada lendo um livro do alemão Arthur Schopenhauer.
A esperança que lhes resta, num mundo melancólico e de prazeres fáceis, é leiloar o braço amputado de Batman. Robin é otimista: “Trata-se de um heroico braço mutilado, não é qualquer pedaço de carne”.