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Flow Podcast: como surgiu o programa e por que faz sucesso

Um dos podcasts mais ouvidos do Brasil teve apresentador desligado após comentário sobre nazismo nesta terça (8)

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 fev 2022, 17h53
 (Flow Podcast/Divulgação)
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O Flow Podcast é um programa de entrevistas estilo “mesa de bar” lançado em 2018 e apresentado por Igor Coelho, conhecido como Igor 3K, e Bruno Aiub, apelidado de Monark.

A dupla comanda conversas com todos os tipos de artistas e figuras conhecidas, que contam histórias e trocam opiniões pelo tempo que os entrevistados desejarem.

As gravações do Flow Podcast duram, em média, duas horas, e não possuem cortes. O cantor Alok, o jornalista Glenn Greenwald e o professor Clóvis de Barros Filho, por exemplo, já aceitaram o convite para participarem do programa.

A popularidade do podcast se deu pela habilidade de Igor e Monark conseguirem transitas por todos os grupos ideológicos. Nos últimos anos, o Flow foi alavancado ao receber diversos nomes do cenário político como Eduardo Suplicy, Eduardo Bolsonaro, Guilherme Boulos e Sérgio Moro.

Sem nenhum tipo de roteiro, o programa não tem pautas fixas a serem discutidas com os convidados, tampouco perguntas prontas – ninguém sabe que tipo de assunto será abordado. O bate-papo também é acompanhado com frequência com algum tipo de bebida alcoólica.

“A gente não estuda o cara, e às vezes recebemos críticas por isso, mas não estudamos justamente para ter uma conversa que qualquer outra pessoa que sabe conversar teria. É entretenimento, não é jornalismo. Se tem um valor jornalístico, é um sintoma e não o propósito”, disse Monark em entrevista a Exame.

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Os episódios são divulgados ao vivo pela plataforma de vídeos Twitch, na íntegra no YouTube e apenas em áudio no Spotify. Atualmente, é um dos podcasts mais famosos do país, com 3,68 milhões de inscritos apenas no YouTube.

O início

Igor e Monark se inspiraram no podcast The Joe Rogan Experience. Considerado um fenômeno nos Estados Unidos, o programa já recebeu o ativista da extrema direita norte-americana Alex Jones e presenciou o bilionário Elon Musk fumando maconha ao vivo em 2018. Polêmico, recentemente a plataforma Spotify retirou diversos episódios de Joe Rogan do ar, alguns com comentários racistas.

O projeto do Flow Podcast nasceu apenas com investimento financeiro da dupla e hoje sobrevive principalmente de publicidade e da assinatura dos membros.

O programa foi criado em Curitiba, mas a dupla se mudou para São Paulo em 2019 para facilitar a ida dos convidados. Há outros podcasts gravados nos mesmos estúdios do Flow, como o Vênus, programa de entrevistas comandado por Yasmin Yassine e Criss Paiva.

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Polêmicas e desligamento

Nesta terça-feira (8), o Flow Podcast emitiu um comunicado afirmando que Monark foi desligado do programa. Porém, a nota não deixou claro como será o desligamento, já que ele é um dos fundadores do show.

O nome de Monark já parou algumas vezes no trending topics do Twitter após falas controversas, sendo criticado por internautas. Durante entrevista na segunda-feira (7) com os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral, o apresentador defendeu a existência de um partido nazista no Brasil que fosse reconhecido por lei.

“A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei“. afirmou. A repercussão negativa do comentário nas redes sociais pressionou patrocinadores a cancelaram contratos com o programa.

A entrevista (episódio 545) foi tirada do ar.

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Monark fala ao microfone
(YouTube/Reprodução)

Não é a primeira vez que o Flow perde parcerias após comentários do podcaster. No final de outubro do ano passado, o programa perdeu um de seus principais patrocinadores, o iFood. Em conversa com o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho no Twitter, Monark questionou: “Ter uma opinião racista é crime?”.

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Após a repercussão negativa, Monark tentou se defender, afirmando que as pessoas queriam “criminalizar o pensamento”. O iFood afirmou que encerrou o patrocínio com o programa por “repudiar qualquer tipo de preconceito ou ato de discriminação”.

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