Quatro hospedagens em parques estaduais para curtir a natureza
Unidades de conservação, incluindo as que ficam em ilhas, oferecem estadias que permitem aproveitar por mais dias trilhas, praias isoladas e cachoeiras
Até agosto deste ano, passar a noite na Ilha Anchieta, em Ubatuba, lar de um parque estadual desde 1977, com trilhas que levam a belos mirantes e praias de águas cristalinas, era um privilégio de poucos, em especial, dos cientistas. Desde setembro, no entanto, o Green Haven Hostel Ilha Anchieta abriu as portas por ali, após vencer a concorrência de permissão de uso lançada pelo governo estadual, disponibilizando hospedagem naquele pedaço de terra do Litoral Norte. Não é o único parque da Fundação Florestal, órgão estadual, que oferece esse serviço. Separamos outros três exemplos para quem quer mergulhar em uma experiência verde.
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“Estamos com 43 leitos disponíveis por enquanto e temos 45 funcionários”, conta Vinicius Ebram Fiore, 41, gestor do grupo Green Haven.
A Anchieta, lar de um antigo presídio, tem edifícios tombados pelo patrimônio, o que adiciona mais cuidado na operação, já que as três casas que servem como hospedagem ficam dentro das construções históricas. “Mantemos uma estação de tratamento de água e de esgoto e somos obrigados a contratar 70% de funcionários da região entre Ubatuba e Caraguatatuba. Nosso cardápio precisa conter insumos locais”, explica Vinicius. Os pratos do restaurante custam de 72 a 93 reais. O plano é chegar à capacidade de setenta hóspedes e até 100 funcionários. “Estamos abrindo os espaços de forma escalonada”, explica Fiore.
As diárias no Green Haven custam a partir de 150 reais por pessoa. Saindo da Praia Saco da Ribeira, pagam-se 119 reais por pessoa para ir e voltar da ilha. “As trilhas duram em média três horas cada uma. A da Praia do Sul leva a um lugar com águas claras, ótima para snorkel”, conta Jaqueline Dutra, 40, guia de turismo e bióloga que trabalha no local. Contratar um guia fica a partir de 80 reais por pessoa.
“A maioria das hospedagens dos parques estaduais é operada diretamente pela Fundação Florestal. Tivemos um impulso em 2020, quando lançamos um site que concentra todas as opções”, explica Daniel Raimondo, 36, chefe do setor de uso público da Fundação. No site, até o momento, sete dos 34 parques estaduais oferecem a opção de pernoite em hospedarias, que muitas vezes contam com quartos compartilhados mas também há opções privativas. Na maioria, não espere encontrar serviço de quarto ou restaurante. Mas ninguém passa fome, os funcionários costumam indicar lugares na região para almoço. E há regras. “Não aceitamos pets, por exemplo, porque são áreas de conservação”, explica Raimondo.
Entre as opções geridas pelo setor público está o Parque Estadual Intervales, no município de Ribeirão Grande, sul do estado. A área conta com uma dezena de cavernas para serem visitadas, além de diversas cachoeiras. “O pessoal fica hospedado pelo menos três dias. Assim é possível fazer quase todos os atrativos”, explica o guia Emerson da Costa, 28, que cobra a partir de 250 reais por grupo para mostrar as belezas da região. São 109 leitos disponíveis, que custam a partir de 62 reais por pessoa a diária.
“Aqui o destaque é o rafting. Temos um percurso de 9 quilômetros pelo Rio Paraibuna, com quedas de até 7 metros de altura. O trajeto dura seis horas”, explica o guia Eduardo Coelho, 54, que leva visitantes para a prática do esporte aquático no núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual Serra do Mar. É preciso ter ao menos 12 anos para entrar na brincadeira, em que se pa gam a partir de 250 reais por pessoa. Quem se hospeda nesse núcleo do Serra do Mar, que pode ser acessado em São Luiz do Paraitinga, quase em Ubatuba, também pode aproveitar trilhas de 2 a 20 quilômetros de extensão, que levam a lugares como o Pico do Corcovado, de onde é possível avistar Ilhabela. A diária custa a partir de 62 reais por pessoa, assim como no Intervales.
Outra novidade deste ano é uma hospedagem no Parque Estadual Ilha do Cardoso, que fica na divisa com o Paraná. “Temos uma estrutura de 5 000 metros quadrados, com capacidade para até 120 pessoas, além de restaurante”, explica Edison Rodrigues, 39, gestor da unidade. Além de passeios para avistar botos, trilhas para praias e pelo mangue, a experiência daquele espaço, aberto ao público em setembro, após uma reforma de 7 milhões de reais, também passa pela cultura caiçara. O local conta com mais serviços porque é gerido por uma entidade parceira, nesse caso, a Associação de Moradores de Itacuruçá Pereirinha, que assumiu o espaço em setembro. Por enquanto, o foco é em grupos de pelo menos vinte pessoas, cobrando em média 220 reais por hóspede, com todas as refeições inclusas, além de experiências como oficinas culturais. O plano futuro é ampliar o leque para grupos menores. Não dá para esquecer que é uma ilha: é possível chegar saindo de Cananeia, pagando a partir de 50 reais por uma vaga em uma embarcação.
Pernoitar na natureza
Quatro opções dentro de parques estaduais
Ilha Anchieta
A partir de 150 reais por dia.
https://greenhavenilhaanchieta.com.br/
Intervales
Diária a partir de 62 reais
https://hospedarias.ingressosparquespaulistas.com.br/
Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia
A partir de 62 reais por dia.
https://hospedarias.ingressosparquespaulistas.com.br/
Ilha do Cardoso
Grupos de ao menos vinte pessoas. Em média, 220 reais por hóspede.
https://ilhacardoso.ingressosparquespaulistas.com.br/