Morre aos 89 anos o ícone da música instrumental, Hermeto Pascoal
Músico estava internado em hospital no Rio de Janeiro; família pediu que luto não seja silencioso; "não deixemos a tristeza tomar conta"
Morreu neste sábado (13) no Rio de Janeiro o ícone da música instrumental Hermeto Pascoal, aos 89 anos. A informação foi confirmada pela família por meio de comunicado oficial nas redes sociais do artista.
Segundo a nota divulgada, Hermeto morreu “com serenidade e amor, cercado pela família e por companheiros de música”. No momento de sua partida, seu grupo se encontrava no palco, “fazendo som e música”, como ele sempre desejou, diz o comunicado.
O compositor e multi-instrumentista estava internado no Hospital Vitória, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Legado artístico
Nascido em 22 de junho de 1936, em Lagoa da Canoa, no interior de Alagoas, Hermeto Pascoal tornou-se referência não só na música brasileira, mas também no cenário mundial, pela originalidade, versatilidade e inventividade sonora. Desde cedo aprendeu a tocar sanfona, e construiu uma carreira marcada pela improvisação, pela fusão de gêneros — do choro ao jazz, da música erudita ao popular — e pelo uso criativo de objetos e sons do cotidiano como instrumentos musicais.
Conhecido como “o Bruxo”, Hermeto era admirado por sua capacidade de transformar qualquer material ou ambiente em fonte sonora — chaleiras, água, pássaros, panelas, crianças, vento. Sua música, livre, experimental e ao mesmo tempo profundamente ligada às raízes brasileiras, ecoou além das fronteiras e influenciou gerações de músicos.
Entre suas obras mais celebradas estão os discos “A Música Livre de Hermeto Pascoal” (1973), “Slaves Mass” (1977) e “Pra Você, Ilza” (2024). Hermeto também foi vencedor de diversos prêmios, incluindo o Grammy Latino, e teve parcerias com grandes nomes da música brasileira e internacional.
Despedida
A família, em nota, pediu que o luto não fosse silencioso: “como ele sempre nos ensinou, não deixemos a tristeza tomar conta — escutemos o vento, o canto dos pássaros, o copo d’água, a cachoeira — a música universal segue viva.”
Informações sobre o velório e enterro ainda não foram transmitidas pela família do artista.





