Primeira mostra de Lasar Segall no Brasil é relembrada
Museu homônimo apresenta '50 Obras do Acervo', em comemoração ao centenário da exibição original ocorrida em 1913, no centro da capital
Onipresentes no universo das artes visuais, as efemérides parecem muitas vezes cumprir apenas a função de estabelecer uma justificativa qualquer e plausível para determinada celebração. Em outros casos, no entanto, escapam do óbvio e conseguem demarcar algum acontecimento de fato importante. Nesse grupo se encaixa o centenário da primeira exposição de Lasar Segall (1891-1957) no Brasil, relembrada agora pelo museu que leva seu nome, uma charmosa casa projetada pelo arquiteto modernista Gregori Warchavchik e onde o artista morava.
A mostra original ocorreu em março de 1913, em um salão alugado na Rua São Bento, no centro da cidade. O lituano vivia no Brasil desde o fim do ano anterior, e dava aulas de desenho a Jenny Klabin, futura escritora e tradutora, com quem viria a se casar mais tarde. Duas montagens integram a homenagem àquela exposição. 50 Obras do Acervo pinça trabalhos da coleção de 3.000 itens do Museu Lasar Segall.
Há raridades incluídas, caso de Asilo de Velhos (1912), cujo ar esfumaçado lembra mais o impressionismo francês do que o expressionismo germânico pelo qual Segall se tornou famoso, e Leitura (1913). Das telas mais conhecidas, vale observar os tons rebaixados de Jovem de Cabelos Compridos (1942) e Dois Nus (1930). Também estreia neste sábado (16) 60 Fotografias. As imagens, de autoria de Hildegard Rosenthal, B.J. Duarte e vários outros fotógrafos conceituados, documentam o cotidiano do pintor, inclusive com registros de viagens para o exterior.