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Cheia de novas e históricas atrações, Salvador está pronta para receber no verão

Fervilhante, capital baiana tem ótimas opções de hospedagem, passeios e, claro, gastronomia

Por Alice Granato*
15 nov 2024, 08h00
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Torre da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, século XVIII. Centro Histórico de Salvador, na ladeira do Pelourinho (Agliberto Lima/Veja SP)
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Salvador é poesia em estado puro. O azulão da Baía de Todos-os-Santos te abraça e acompanha a viagem, suspendendo o tempo, realçando as cores, os momentos e te fazendo embarcar no ritmo da cidade. O melhor é se entregar.

Nossa visita começa na Praça Castro Alves. Ali, onde está o monumento ao poeta que escreveu “A praça! A praça é do povo / Como o céu é do condor”, em O Povo ao Poder, que mais tarde ressurge na canção-homenagem de Caetano Um Frevo Novo, “A Praça Castro Alves é do povo / Como o céu é do avião”. Coração da cidade e do centro antigo, que brilha como palco para o encontro dos trios elétricos. “Mete o cotovelo e vai abrindo o caminho / Pegue no meu cabelo pra não se perder e terminar sozinho”, avisa Caetano na letra.

No histórico prédio art déco de onze andares, tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), antiga sede do jornal A Tarde, está o elegante Hotel Fasano, que comemora seis anos de sua abertura em dezembro com uma programação especial voltada para o verão.

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Vista inebriante da Baía de Todos- os-Santos que se tem a partir do rooftop do Fasano (Agliberto Lima/Veja SP)

A vista inebriante do rooftop é um convite para curtir o pôr do sol e as noites com as luzes da cidade ao fundo, um espetáculo por si só. Mas o hotel reserva drinques especiais criados com todo axé, como o Jorge Amado, confeccionado com black label infusionado na manteiga de garrafa, suco de limão-siciliano e xarope de baunilha.

Abrem-se os festemos no próximo dia 28 ao som da banda Bailinho de Quinta e da DJ Nat Valverde (R$ 350,00 por pessoa com o menu de bebidas alcoólicas e não alcoólicas incluso), seguido por uma feijoada em 7 de dezembro, e ceias de Natal e réveillon abertas também para não hóspedes.

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Cocada de forno com sorvete de rapadura do Gero (Bruno Geraldo/Divulgação)

Na subida da Rua Chile, em direção ao Pelô, está também o luxuoso Fera Palace Hotel, com a cozinha comandada pelo grupo Origem.

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Vista da torre do Fera Palace (Fera Palace/Divulgação)

O que o casal de chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca (chef pâtisserière) está fazendo com a culinária da Bahia é revolucionário. Valorizando a identidade de sua cozinha e a potencializando ao máximo com técnicas modernas de preparo, o que leva o sabor para outro lugar.

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No menu do Origem, carabineiro com cenoura e laranja na espuma de açafrão (Leonardo Freire/Veja SP)

“Queremos mostrar a Bahia além do dendê e de Salvador”, destaca Fabrício, que hoje tem cinco restaurantes na capital, fora a operação do Fera. “Vamos ao interior do estado, estudando cada bioma e buscando raridades com os produtores locais.

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Drinque de maracujá com cachaça e limão com rapadura salgadinha do bar Megiro (Leonardo Freire/Veja SP)

O passeio por Salvador segue vibrante e deparar com o ensaio do Olodum nas ladeiras de paralelepípedo continua sendo arrebatador. Programas clássicos na cidade, aliás, são sempre imperdíveis, como visitar a Igreja do Bonfim, colorir os pulsos com as fitinhas “benzidas” e derreter-se com os sabores originais da Sorveteria da Ribeira, como milho verde e coco queimado.

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Igreja do Bonfim. Fitas dos devotos na grade do adro da Igreja (Agliberto Lima/Veja SP)
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Sorveteria da Ribeira (sorvete de milho verde) (Agliberto Lima/Veja SP)

As praias de Salvador podem estar apinhadas de gente, mas esse calor humano dali é que vale a experiência. Na famosa Praia do Porto da Barra, preferida de baianos ilustres, quem quiser ir bem cedinho pode curtir a praia numa boa. O movimento mais quente começa após as 10 horas.

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Praia do Porto da Barra com o Marco do Descobrimento e o Forte Santa Maria (Agliberto Lima/Veja SP)
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Entre os passeios novos, está uma visita ao Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC) que acaba de completar um ano, no comando do diretor Daniel Rangel, que idealizou um projeto inovador. “Estamos inserindo a Bahia num circuito artístico internacional”, afirma. Em uma visita ao museu, você fica por dentro de todos os movimentos de arte da Bahia, dos artistas veteranos aos novatos.

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Prédio do Museu de Arte Conteporânia da Bahia, MAC Bahia (Agliberto Lima/Veja SP)


Reserve uma tarde para visitar o Candeal. O que Carlinhos Brown fez ali deve ser estudado e replicado. O bairro hoje tem violência zero por meio do incentivo à música. Sua escola Pracatum, com programas educacionais, culturais e de desenvolvi
mento comunitário, vale ouro.

Se der sorte, vai encontrar com ex-alunos e atuais professores e diretores da escola, como Boghan Gaboott, Cara de Cobra e Léo Bit Bit, que formaram a banda Toque e preparam um novo disco para breve.

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Outra novidade na área é o restaurante D’Madda, que Carlinhos fez com sua mãe, dona Madalena. Muito aconchegante e com comidas típicas, como a moqueca para saborear rezando. A depender da vontade de receber arretada dessa terra, o movimento só vai crescer.

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Madalena Santos, mãe de Carlinhos Brown no D Madda (Agliberto Lima/Veja SP)

O secretário de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, afirma que a cidade recebeu 2,4 milhões de visitantes no último verão e que esse número só tem a crescer neste ano. “Nossa diretriz é que turismo é cultura; cultura é identidade e, em Salvador, isso signítida identidade cultural do povo negro”, afirma Tourinho.

* Colaborou Luana Machado.

Publicado em VEJA São Paulo de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919.

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