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Filhos da tradutora Heloisa Jahn abrem sebo na Zona Sul

Montado a partir do acervo da mãe, o Sebinho da Helô, em Mirandópolis, será inaugurado no próximo sábado (11) e promete ser polo cultural da vizinhança

Por Tomás Novaes
Atualizado em 28 Maio 2024, 09h08 - Publicado em 3 fev 2023, 06h00
Imagem mostra sala com estantes de livros e uma mulher e um homem, ao centro, sorrindo
Maria e Antonio: sebo em homenagem à mãe. (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Em uma esquina simpática do bairro de Mirandópolis, Zona Sul, diversas estantes de livros e um punhado de poltronas preenchem o interior do Sebinho da Helô.

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Quem cuida do espaço são os irmãos Maria Guimarães e Antonio de Macedo, filhos da prestigiada tradutora Heloisa Jahn (1947-2022), que faleceu em junho do ano passado deixando um legado importante e uma vasta biblioteca, com livros em diversas línguas, dos infantis aos romances.

“Em 2019, minha mãe teve a ideia de abrir um sebo, mas que não levamos adiante. Ela tinha muitos livros — mais do que cabiam em casa. E o nome foi ela que inventou, ela queria que chamasse ‘sebinho’ porque é o nome de um passarinho”, conta Maria.

Jahn traduziu do espanhol, inglês, francês, dinamarquês e sueco, incluindo obras de nomes como Jorge Luis Borges, Charles Dickens e George Orwell.

Imagem mostra página de livro com dedicatórias escritas a caneta
Dedicatória: mensagens de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Dedicatórias de autores, como das escritoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling (acima), e itens como o Prêmio Jabuti que recebeu postumamente pela tradução da coletânea Todos os Contos, de Julio Cortázar, dão um toque especial ao lugar, que promete ser o polo cultural das redondezas.

“É um bairro residencial, onde está surgindo um comércio interessante, mas que não tem nada de cultura. É algo que falta muito”, diz Maria, que mora a três quadras do sebo.

Não só de livros que o lugar viverá: venda de discos de vinil, um café para comes e bebes, rodas de conversa e música e até um clube do livro já estão sendo cogitados.

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Como uma “sala de estar” aberta para a vizinhança, já está recebendo clientes e pedestres curiosos antes mesmo da inauguração oficial, no próximo dia 11. “Ontem uma vizinha veio visitar e descobriu em um dos livros não catalogados fotos minha e do Antonio crianças, que devem ter ficado guardadas por uns quarenta anos. Foi superemocionante”, conta.

Para Maria, o lugar mantém viva a paixão da mãe pela literatura. “Eu acho que a vocação dos livros é encontrar boas companhias”, resume.

Sebinho da Helô. Rua das Camélias, 571, Mirandópolis, ☎ 98171-4453. Qua. a sáb., 11h/19h. @sebinhodahelo.

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de fevereiro de 2023, edição nº 2827

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