Teatro Santander será inaugurado na Vila Olímpia
Concebido para abrigar de grandes musicais a desfles de moda, o palco abre com espetáculo em homenagem ao conjunto Queen
O guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor criaram, em parceria com o dramaturgo Ben Elton, o musical We Will Rock You, que aposta no culto em torno da banda inglesa Queen. A peça usa as canções imortalizadas na voz de Freddie Mercury, como Love of My Life e I Want to Break Free, para contar a história de um grupo de rebeldes na luta pela liberdade de pensamento em um futuro globalizado.
O espetáculo em clima de concerto estreou em Londres em 2002 e já foi visto por 15 milhões de pessoas em dezessete países. Ele chega agora a São Paulo, com supervisão dos responsáveis pela montagem original e produção brasileira, de Almali Zraik, que comandou por aqui sucessos do porte de O Fantasma da Ópera, Miss Saigon e Mamma Mia!. O elenco, de 26 atores e treze músicos, ensaiou por cinco meses para a estreia, na próxima quinta, dia 24. Os personagens principais são defendidos por Alírio Netto, Felipe de Carolis, Fred Silveira, Lívia Dabarian e Andrezza Massei.
We Will Rock You marca também a abertura ao público do Teatro Santander. Construída no complexo empresarial WTorre Plaza, no Itaim Bibi, junto ao Shopping JK Iguatemi, a três torres empresariais e a um edifício corporativo, a casa de espetáculos tem como principal característica ser um espaço multiúso — e ter um olhar que não fica restrito às atrações culturais.
Fruto de um investimento de 100 milhões de reais, o local permite a remodelação ao gosto do freguês. A plateia, em tom cinza, acomoda 1 100 pessoas em três níveis, tendo a capacidade estendida a 2 085 em outros formatos, como o de uma pista livre. No caso de We Will Rock You, estão sendo vendidos 1 100 ingressos por sessão, a preços entre 80 e 300 reais, que podem ser comprados na bilheteria ou pela internet.
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Rogério Dezembro, CEO da área de entretenimento do Grupo WTorre, afirma que, desde 2008, a palavra de ordem era pensar grande. “Queríamos um teatro que não fosse um coadjuvante no nosso complexo, então estabelecemos um plano de negócio para tirar o melhor aproveitamento do lugar e, depois, pensamos no projeto arquitetônico”, diz o executivo. Em 12 800 metros quadrados de área construída, o Santander representa o amadurecimento de um padrão esboçado há quase duas décadas. “Trata-se de um palco idealizado para encenações de grande porte, e não adaptado a elas por necessidade de mercado, como a maioria”, afirma o diretor Jorge Takla, que já reservou o local para a temporada de seu novo espetáculo, o musical My Fair Lady, que deve estrear em 25 de agosto.
Quando os primeiros grandes musicais começaram a aportar por aqui, o Teatro Alfa, aberto em 1998, era o único exemplar moderno em um universo dominado até então pelo Municipal, de 1911. Batizado de Teatro Abril, o atual Renault iniciou as atividades em 2001, cravando a exibição contínua de produções semelhantes às da Broadway. Localizado no Bourbon Shopping Pompeia, o Bradesco é de 2009, e, depois disso, representantes de médio porte, como o Theatro Net, de 2014, e o Teatro Porto Seguro, do ano passado, vieram juntar-se ao seleto time. “O Santander está apto para receber espetáculos de qualquer dimensão e também manterá a ocupação com conferências, desfiles de moda e concertos eruditos ou populares nos demais dias da semana”, afirma Rogério Dezembro.
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Moderno e fazendo uso dos recursos tecnológicos, o espaço busca variações de um modelo já consagrado. A plateia tem 450 assentos móveis. Quando há necessidade, eles são automaticamente recolhidos em gavetas. Além disso, existem outras 135 poltronas que podem ser rebaixadas, deixando o piso plano e no mesmo nível do palco. No mezanino, há mais 226 lugares e, no balcão, outros 384.
O palco tem uma boca de cena de 14 metros de altura, só comparada à do Municipal de São Paulo e do Rio de Janeiro, e conta com 56 varas automatizadas. Responsáveis pela sustentação de cenários e equipamentos de iluminação, essas varas podem suportar o peso de 1 tonelada cada uma e facilitar a movimentação de objetos de cena. “Encontrei uma estrutura moderna sem perder o clima aconchegante, fundamental para os artistas e, principalmente, para o público”, elogia Almali Zraik.
Uma sala em números:
› O investimento total é de aproximadamente 100 milhões de reais
› O teatro tem 12 800 metros quadrados de área construída
› A capacidade é de 1 100 espectadores sentados e 2 085 em outros formatos, como o de uma pista livre
› O complexo WTorre Plaza tem 6 200 vagas de estacionamento. O Teatro Santander possui 100 vagas exclusivas
› A boca de cena tem 14 metros de altura, nos padrões do Teatro Municipal do Rio e de São Paulo
› São 56 varas de cenografia motorizadas para a movimentação de objetos e iluminação