Morre o artista plástico Tunga, aos 64 anos
Vítima de câncer na garganta, ele deixa obras espalhadas pelas mais importantes coleções do mundo

Morreu nesta segunda (6), aos 64 anos, o artista Tunga, um dos maiores nomes da arte contemporânea brasileira. Vítima de câncer na garganta, o escultor, desenhista e performer estava internado no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro desde 12 de maio. Seu corpo será enterrado nesta terça (7), no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

O trabalho do artista é marcado por redes, vidros, crânios, pentes gigantes, dentes e ossos que constroem instalações que formam verdadeiras poesias visuais. As esculturas de aço imitam cabelos trançados, em um misto de força e delicadeza.
Suas obras fazem parte de diversas coleções privadas e institucionais no Brasil e no mundo. Com copos, cilindros e garrafas de vidro preenchidas de líquidos coloridos, belas instalações foram também mostradas nas bienais de São Paulo e Veneza e na Documental de Kassel, mostra mais importante do mundo.

Primeiro artista contemporâneo a ter uma obra na coleção do Louvre, em Paris, o artista nascido em Pernambuco despontou nos anos 70, mesma década em que passou a morar no Rio. Seu trabalho dialogava com figuras como Waltércio Caldas, Cildo Meirelles, José Resende, Ronaldo Brito e Arnaldo Antunes.
Em 2012, Tunga ganhou um dos primeiros pavilhões exclusivos do Instituto Inhotim, não só pela relevância da sua carreira, mas por ter sido o maior responsável por aconselhar Bernardo Paz, o proprietário do museu, a investir em arte contemporânea. Assinada por ele, True Rouge foi a primeira a integrar o acervo do local.