Veja como será a exposição Salvador Dalí
Antecipamos o que você irá ver a partir de domingo no Instituto Tomie Ohtake
Logo na entrada da retrospectiva Salvador Dalí, que entra em cartaz neste domingo (19) no Instituto Tomie Ohtake, está a instalação que deve render a maior quantidade de cliques (e a maior fila também) da mostra. A sala, que reproduz o trabalho inspirado na atriz Mae West, é composta por um bocão, um nariz e uma moldura cacheada. O que faz a foto ficar tão bacana é o fato de ela ser tirada através de um espelho, levando o visitante a achar que está dentro da obra.
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Embora o primeiro ponto traga leveza e descontração, a mostra, que já passou pelo Reina Sofia (Madri), pelo Georges Pompidou (Paris) e, mais recentemente, pelo CCBB (Rio), apresenta um Salvador Dalí (1904-1989) mais sóbrio, sem muito espaço para o personagem midiático cujos bigodes talvez sejam mais famosos que sua própria obra.
Nas 218 peças expostas no Tomie Ohtake, é possível ver como seu estilo mudou durante sua carreira. Em Retrato de Meu Pai, por exemplo, é clara a influência impressionista e em seu Autorretrato Cubista, aparece a técnica consagrada pelo espanhol Pablo Picasso.
Há diversas telas surrealistas como La Memoria de La Mujer-Niña (1929), uma das primeiras e por isso tão importante. Quem olhar atentamente acha uma pequena Monalisa desenhada ao lado de um Napoleão Bonaparte. Também é possível ver diminutos quadros que revelam como Dalí pintava com precisão. Chegou a usar pincel com apenas duas cerdas e lupa para afinar os detalhes.
As outras salas são dedicadas principalmente às suas gravuras, muitas delas inspiradas em grandes livros como Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, e ao seu lado mais midiático. Em um vídeo, pode-se conferir o mestre do surrealismo como garoto-propaganda de uma empresa aérea e de uma marca de chocolates. Impossível não rir de sua atuação. Confira abaixo: