Ó pro Ce Vê

Resenha por Saulo Yassuda

“Boteco mineiro, não. É belorizontino!”, costuma corrigir o chef Bruno Perial, nascido na capital de Minas Gerais, sobre o Ó pro Ce Vê. Ele buscou referências em bares da terra natal, como Bola Bar e Nonô, para montar o espaço de Santa Cecília no fim de março com a turma do Xepa, bar-restaurante do outro lado da rua, liderado por Lierson Mattenhauer Jr, onde Bruno trabalhou. Para manter a autenticidade — ou pelo baixo orçamento —, o ambiente não tem jeito de releitura contemporânea de um botecão, como vemos por aí. Parece mais um pé-sujo mesmo, com cadeiras de plástico e uma iluminação branca que apavora. Mas tudo melhora quando você prova as receitas, que parecem mesmo gostosuras de biroscas mineiras (para o bem e para o mal), servidas em pequenas porções. Direto da estufa quente, vem a carne de panela (R$ 25,00), peito bovino em um molho denso, gorduroso mas saboroso. O pão francês é pago à parte (R$ 3,00). Na mesma vitrine, repousa a boa sambiquira (R$ 10,00), o rabicó do frango, frito, uma pena, com antecedência. É finalizado na cozinha o bolo de carne achatado recheado de queijo meia cura e empanado (R$ 18,00). Quem não é fã de jiló nunca vai ter o prazer de comer esses petiscos com o vinagrete da hortaliça crua (R$ 9,00). Acompanham os beliscos cervejas de 600 mililitros (R$ 17,00 e R$ 22,00) e chope (R$ 11,00 e R$ 13,00), além do drinque Xeque Mate extraído da torneira (R$ 13,00). Responsável pelas bebidas, Diogo Sevilio alcança resultados felizes ao propor drinques de bebidas populares, caso do paratudoooo! (aperitivo amargo Paratudo, cordial de maracujá, tônica e limão-taiti; R$ 25,00). As batidas, como a de coco queimado (R$ 20,00), funcionam como um “docim” para encerrar.

Informações checadas em maio de 2025.