Plou

Resenha por Saulo Yassuda

Da nova leva de bares de vinho que São Paulo ganhou nos últimos meses, poucos se destacam tanto quanto o Plou. Montado numa charmosa casinha de tijolos à mostra e sem forro no teto, o espaço tem entre os sócios Analu Torres, sommelière que tem borogodó para explicar sua carta com didática e sem pender para a chatice. A profissional, que entre 2016 e 2019 tocou o Jardim dos Vinhos Vivos, na mesma Vila Madalena, atualmente elenca cerca de 600 rótulos — com a França como queridinha — em seu novo endereço, com a maioria das garrafas conservada em uma cave a 14 graus. A seleção é toda de etiquetas naturais ou de baixa intervenção, com preços entre R$ 150,00 e R$ 2 300,00. Quem visita o local encontra, ainda, as possibilidades em taças (entre dez e catorze por dia, nem sempre com os preços na ponta da língua das atendentes) e os flights, degustações guiadas com três ou quatro doses que seguem alguma temática (a partir de R$ 220,00). Consultar a anfitriã rende sugestões que sempre surpreendem. Dos brancos mais frescos, ela indica o alemão Moritz Kissinger Null Ohm Weiss 2022 (R$ 269,00), um corte de chardonnay com pinot blanc, e o português Anta de Cima Argilla 2018 (R$ 219,00), blend de alvarinho, verdelho e viosinho. Da Borgonha, o Domaine Jean-Yves Devevey Hautes-Côtes de Beaune Blanc Champs Perdrix 2022 (R$ 398,00), da clássica chardonnay, tem discreto aroma de fruta e cremosidade na boca. O espanhol Alfredo Maestro El Marciano Sierra de Gredos 2020 (R$ 300,00), 100% garnacha, é um tinto que pede um gole após o outro. A lousinha de opções para petiscar atrai pelas pedidas rotativas como a sardinha marinada sobre brioche (R$ 28,00) e a acelga bok choy em um cremoso molho de chorizo e pó de bottarga (R$ 58,00). A casa funciona também como loja e espaço de degustações.

Informações checadas em outubro de 2024.