Grupo do Facebook exclusivo para endinheirados lança novo serviço
Agenda Black, que tem membros como Sophia Alckmin, promove agora venda e locação de imóveis
Criado em 2011 no Facebook pelas gêmeas Carola Porto e Titina Bilton, ambas publicitárias de 44 anos, o Agenda Black faz sucesso entre os paulistanos endinheirados. O grupo fechado — cujo nome é uma referência aos cartões de crédito black, benefício apenas de quem tem uma grana preta na conta-corrente — reúne 9 310 membros do calibre de Adriana Trussardi, dona da grife Trousseau, Alessandra Safra, mulher do banqueiro Azuri Safra, e Sophia Alckmin, filha do governador Geraldo Alckmin.
Nele, os participantes (90% são mulheres) trocam dicas de compras, passeios e serviços variados — descolar uma costureira brasileira em Genebra para consertar um vestido de festa a tempo de um casamento, por exemplo. Hoje, o clube privado conta com patrocinadores como Mitsubishi, Nestlée Johnson & Johnson e fatura, em média, 80 000 reais por mês.
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Agora, as fundadoras decidiram ampliar a página com ofertas imobiliárias. A ideia é fazer com que o negócio também funcione como uma espécie de Airbnb, a plataforma digital de locação de imóveis. Na versão Agenda Black, é claro, os endereços do cardápio são muito mais caros e exclusivos e levam a ilhas, mansões e outras propriedades descoladas.
“Muita gente pedia na nossa página dicas de casas para curta temporada”, conta Titina, incluindo-se na lista. Graças a uma dica de uma integrante do grupo, ela conseguiu um apartamento bacana para sua filha, que passaria um período estudando em Nova York. “Daí veio a ideia de oferecer esse tipo de serviço no site”, completa.
A AB Imóveis, nome do novo braço de negócios, estreia oficialmente no início de dezembro. Ao todo serão cinquenta residências à disposição, com diárias de 2 000 a 8 000 reais, em média. Em alguns casos, o valor pode ser ainda mais salgado. Todos os endereços disponíveis pertencem aos participantes do grupo. A negociação será direta entre proprietário e interessado, sem a presença de um corretor.
O Agenda Black, nesse caso, deve ganhar com a venda de classificados para o espaço. Pelo anúncio de um imóvel por trinta dias serão cobrados 600 reais. Se o período for de três meses, o preço cai para 400 reais por mês. O faturamento previsto com essa operação é de 25 000 reais mensais.
Algumas ofertas estão prontas para entrar no ar. Uma delas é a mansão da decoradora Katia Marche em Avaré, a 270 quilômetros de São Paulo. São cinco suítes, piscina, ofurô e quadra de futebol a 5 000 reais por dia. “Depois que meus filhos cresceram, passamos a ir pouco para lá e a manutenção custa 15 000 reais por mês”, justifica. Outra opção é uma ilha particular de 1 quilômetro de extensão em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, com sete bangalôs que acomodam até catorze convidados.
Entre os casarões à venda está uma residência com 778 metros quadrados, no Morumbi, a 5,4 milhõesde reais. Quem quiser ter acesso a esses e outros anúncios do gênero precisará entrar para o Agenda Black. Para ser aceito, é necessário ter cinquenta amigos no grupo e passar pelo crivo das responsáveis. O processo é demorado e ajuda a manter a estratégia de exclusividade. A fila de espera conta com 5 972 nomes.