Alexandra Fructuoso gastou 20 milhões de reais para abrir butique
Empresária, no entanto, ficou sem o seu principal estilista antes da inauguração
A Maison Alexandrine, nova loja dos Jardins, consumiu um investimento de 20 milhões de reais. O espaço de 870 metros quadrados dividido em quatro andares é inspirado em Madame de Pompadour, a famosa amante de Louis XV. O chão de mármore, por exemplo, é igual ao do Petit Trianon, palácio que o rei deu de presente a ela em Versalhes. Os destaques à venda são os vestidos da grife da casa, a Davidson Zanine. As interessadas experimentam as peças, a preços entre 5 000 e 50 000 reais, em salas privativas.
A dedicada às noivas, de 100 metros quadrados, tem lustre de cristal, detalhes da decoração banhados a ouro e suíte com banheira. Até pouco tempo atrás, a responsável pelo negócio não tinha experiência no ramo. Alexandra Fructuoso era conhecida como uma grande consumidora de marcas daqui e de fora, a ponto de receber convites da Chanel e da Versace para acompanhar seus desfiles. “Quero ser uma mecenas da moda”, diz a portuguesa de 49 anos.
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Ela chegou ao Brasil em 1987 e fez pequenos trabalhoscomo modelo para pagar a faculdade de administraçãohospitalar. Na décadade 90, virou diretora de vendasda United Medical, importadorade remédios oncológicos, entreoutros. A partir de 2012, sua rotinade executiva foi conciliada com a concepção de uma grife em parceria com seu ex-maquiador, Deivison Bastos. “Ele era autodidata, me mostrou alguns croquis e decidi apostar em seu talento”, conta Alexandra, que pagou cursos para o pupilo na França e nos Estados Unidos.
Assinando com o nome artístico de Davidson Zanine, que usava antes de conhecê-la, ele passou a desenhar vestidos com bordados em tecidos como seda e chiffon. Aos poucos, começou a ganhar clientes famosas, a exemplo da cantora Ivete Sangalo. Em 2015, uma assessoria em Los Angeles foi contratada para divulgar as peças nos Estados Unidos. O trabalho deu resultado, e celebridades como a popstar Britney Spears apareceram em eventos com criações do brasileiro.
Na United, Alexandra iniciou o namoro com Roberto Guttmann, um dos sócios da companhia, judeu ortodoxo de origem húngara. Antes de trocar alianças com ele, em 1998, ela se converteu à religião em uma cerimônia realizada em uma sinagoga de Nova York por um rabino de confiança da família do empresário. O casal tem sete filhos. No ano passado, a executiva abandonou o emprego para investir na loja dos Jardins. Pouco antes da inauguração, Zanine deixou o barco. “Ela queria que eu fosse apenas um funcionário, e, como se não bastasse, meu salário era de estilista do Brás, não chegava a 15 000 reais”, reclama.
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Após o divórcio fashion, ele montou um ateliê no Pacaembu. “Entrei com um processo para que não usem mais meu nome.” Alexandra minimiza o caso. “Tenho orgulho do que fizemos juntos, não vou falar mal de ninguém.” Para efeitos práticos, ela conta com um estoque de 120 vestidos deixados pelo antigo parceiro e já está em busca de um novo estilista. “Quero um nome respeitado no mercado. Muita gente já me procurou querendo trabalhar na Maison”, garante.