“É hora da saída dos alunos, então é melhor desviar o caminho”, preocupava-se a mãe de M.S., 18 anos. Ela estava ao volante de um Palio conduzindo uma sobrinha e o garoto, que acabava de deixar a Fundação Casa, em Osasco. “Não quero te constranger. Vão ver que você saiu hoje e vai ficar todo mundo no bairro falando disso”, insistia, enquanto o jovem concordava com a cabeça. Foram “oito meses e vinte dias” de internação, após participar do furto de um Fox “para ir a uma balada”. Chegando em casa, em Carapicuíba, ele abriu o sorriso ao entrar com a irmã de 3 anos na piscina da laje, deliciou-se com as trinta mensagens que tinha no Facebook e foi repreendido pela tia ao usar apalavra “jega”, cama na linguagem da cadeia. “Esquece o que você viveu lá dentro, agora tudo recomeçou”, ela repetia. O primeiro passo foi dado: quando capturado, M.S. era instalador de fibra óptica. A mãe, inspetora de escola, falou com a antigo patrão do garoto e o convenceu a aceitá-lo de volta na função.
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