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Falta de água acirra disputa política em São Paulo

Com o Sistema Cantareira prestes a secar, retirada de volume morto vira cabo de guerra entre governos federal e estadual na reta final da campanha presidencial

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h55 - Publicado em 21 out 2014, 19h16

Com 3,3% de água no Sistema Cantareira, a crise de abastecimento em São Paulo virou munição tanto para o PT quanto para o PSDB na reta final da campanha presidencial. O governo federal, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA), diz que o estado quer tirar “água de lodo” dos reservatórios paulistas. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB), representada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), acusa a ANA de querer dificultar a captação da pouca água que ainda resta. 

Além disso, a presidente Dilma Rousseff (PT), em recentes inserções na TV, passou a explorar a crise hídrica como exemplo de ineficiência do governo PSDB, partido de seu rival, Aécio Neves. 

Na tarde desta terça-feira (21), em comício em Petrolina (PE), o ex-presidente Lula amplificou os ataques: “Enquanto você [Dilma] traz água para o Nordeste, o governador de São Paulo, que é tucano, deixa faltar água para a gente lá em São Paulo”. 

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O imbróglio começou em maio deste ano, quando, diante da estiagem, o governo estadual começou a retirar a água do chamado volume morto – reserva técnica que precisou ser usada quando as represas começaram a secar. À época, a discussão era se essa água era própria para uso. 

Agora, a primeira cota desse volume está perto do fim e a Sabesp pediu autorização para bombear uma segunda parte – ainda mais profunda. Na Câmara Municipal, a presidente da companhia, Dilma Pena, entrou em uma discussão com o vereador José Police Neto (PSD) que envolveu até xingamentos de “sem-vergonha“. 

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“Pré-tragédia”

A ANA diz que a Sabesp tirou mais água que o permitido da represa Atibainha, que pertence ao Sistema Cantareira. A companhia nega.

Apesar de criticar o modelo adotado pelo estado, a agência federal liberou a captação da segunda cota do volume morto. “Retirar o segundo volume morto […] é a pré-tragédia. Mas não há alternativa para São Paulo”, disse o presidente da ANA, Vicente Andreu. “Se a crise se acentuar é bom que a população saiba que não haverá alternativa a não ser ir no lodo”, completou.  

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