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Líder da Marcha da Família diz: “Não sou nazista nem racista”

Protesto marcado para o próximo sábado (22) defende auxilio militar para mudar o país

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 1 jun 2017, 17h24 - Publicado em 21 mar 2014, 16h40
Bruno Toscano Franco
Bruno Toscano Franco (Fábio Lemos Lopes/)
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Em resposta ao que chamavam de “ameaça comunista”, centenas de milhares foram às ruas em 1964 contra o então presidente João Goulart, que foi deposto do cargo pelos militares. Cinquenta anos depois, um grupo está se inspirando no episódio para cobrar uma ação semelhante das Forças Armadas contra os atuais governantes do país. Em São Paulo, a Marcha da Família com Deus acontece neste sábado, a partir das 14 horas, com concentração marcada para a Praça da República.

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Até o momento, a página do evento no Facebook reúne quase 400 confirmados, entre os 6 300 convidados. O ato defende a “fé”, a “família” e a “pátria”. Prega o fim da corrupção e uma intervenção militar para a destituição dos atuais governantes e a “manutenção da ordem” por um período de aproximadamente três meses, até que um novo processo eleitoral, diferente dos moldes atuais, possa eleger um representante “ficha limpa”. 

Entre os organizadores do evento em São Paulo está Bruno Toscano Franco, 40 anos. Alvo do chama de um “assassinato de reputação” pela internet, ele diz que não é homofóbio, racista ou fascista e comenta polêmicas da marcha. Abaixo, trechos da entrevista.

Quem são os organizadores da Marcha da Família com Deus? Somos aproximadamente dez participantes. Nos conhecemos pela internet. Não representamos grupos. Somos brasileiros, cansados de pagar impostos para não ter saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança pública no padrão Fifa.

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Que causas apoiam? Queremos o fim da corrupção, do descaso, da ditadura do judiciário que impera no Brasil hoje. Afinal, como você vai me explicar que um partido que gasta 100 milhões de reais possa ter as contas aprovadas em uma campanha política? 

Você participou de alguma outra manifestação? Como você avalia os atos que acontecem desde o ano passado? Fui à grande marcha que saiu da Avenida Paulista. Muitos que participaram eram brasileiros que não estavam mascarados, que gritavam contra baderneiros que queria estragar as coisas. Esses brasileiros abraçados com a bandeira, esses são legalistas, constitucionalistas e democráticos, como nós (da Marcha da Família) somos.

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E as acusações contra você na internet? Eu não sou homofóbico, racista, fascista, nazistas, pedófilo, estuprador e nem viciado. Mas estão me difamando e me acusando de tudo isso na internet. Minha mãe vendo toda essa confusão. Em uma foto em que eu apareço com uma camiseta com a frase “a impunidade é a certeza dos corruptos” fizeram uma montagem com os dizeres: “Vou matar a presidente”. Mas o que é isso? Nunca falei isso? Isso é crime.

Mas e a imagem em sua página no Facebook com uma arma apontada para a cabeça da presidente Dilma Rousseff? Não fui eu que fiz. Eu posso até ter compartilhado, mas se você olhar o texto que está lá comprova que é uma piada que está sendo contada. Eu não faço isso. Eu sou uma das pessoas que sofre hoje um “assassinato de reputação”, como o Romeu Tuma Jr. escreveu no livro dele. Eles querem combater pessoas como eu, formadoras de opinião, que são capazes de mobiliar outras nas redes sociais.

Imagem DIlma
Imagem DIlma ()
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Vocês defendem a volta do regime militar? Nós não estamos pedindo a volta do regime militar. Hoje, não é possível o militar assumir o poder. Ele não foi preparado para administrar o país, mas para a guerra. Os militares são apenas um instrumento para a nossa segurança. Eles viriam para constituir um governo provisório, em um período curto, para poder restituir as leis e a ordem.

E quem você apoiaria depois? Tem que limpar tudo. Não apoio ninguém que está no poder hoje. Faz quatro eleições que eu não voto. E não tenho pretensões políticas. Meu avô, antes de morrer, me disse para conservar o nome da família limpo.

Os organizadores da Marcha da Família querem fundar um partido? Não.

Três meses é um período muito curto para conseguir novas lideranças. Quem vocês colocariam hoje no poder? Eu participo de reuniões de uma instituição. É mais um clube, onde nos reunimos para debater sobre política. Não posso citar nomes, mas lá dentro pessoas gabaritadas, sem partidos políticos. Não existe ligação. São pessoas totalmente diferentes. Grupos diferentes. A Marcha da Família é apartidária, é para comemorar os cinquenta anos do movimento que trouxe os militares democraticamente para o poder. Eles ensinam nas escolas que houve um golpe, mas isso é mentira.

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